O IMPÉRIO DA MENTIRA.
FALSIDADE.MENTIRA.
"A alma desordenada leva em sua culpa a pena."
Santo Agostinho, Bispo de Hipona.
Quem tem culpa nega a culpa, primeiro movimento de defesa, enfrentando a clareza dos fatos. Chama-se a tese de “negativa de autoria” sempre exercida pelo agente que cometeu crimes. Na política atual é o dia a dia. Bom de reprisar e lembrar sempre o que vivemos, o cinismo permanente.
A culpa se divide em dois braços, em ausência de previsão, configurada em negligência, imprudência e imperícia ou dolo. A primeira, ausência de previsão, é definida pelo que eu tinha que prever e não fiz a previsão. Negligenciei, fui imprudente ou não me portei com a perícia necessária de acordo com os padrões usuais. Uma conduta desapegada de padrões desejáveis impositivos, que nascem da lei ou da ética,esta orientando os princípios daquela.
No dolo tive a intenção, quis o resultado. Quando me omito, conscientemente, também quero o resultado. O dolo é comissivo ou omissivo.
Partindo de gestão pública, como exemplo e gênero, se aprovo um contrato que traz prejuízo sem a devida análise do que tinha que analisar, avaliar, estou me portando negligentemente. Se conheço a extensão do prejuízo que pode causar e ainda assim aprovo, intencionalmente, estou agindo com vontade dirigida e consciente, dolo.
Dessas exemplaridades o Brasil está cheio.
Quando alguém se acha em desvantagem ou sente que está ameaçado de alguma forma por posições assumidas parte para a ofensiva que não mede meios e modos, quer atingir um objetivo de desconstrução daquilo que o ameaça.
Gosto da história como exemplo porque a história se repete. A história elenca inumeráveis exemplos, mesmo nossa história política.
"Bem como a verdade se produz pela medida, também a medida se produz pela verdade."
"Bem como toda carência é desgraça, toda desgraça é carência."
Santo Agostinho.
A falsidade não esconde sua carência. A culpa em suas modalidades como simploriamente expendi é desgraça que se mede pela ausência de verdade. Salta aos olhos, não tem nem mesmo brios para disfarçar. Há um cinismo genético.
A verdade nos desliga do áspero caminho que dilacera princípios peregrinos, espaço escuro e sem promessas, trânsito tormentoso onde se pena de dor e se esvazia a esperança por se estruturar na mentira que gasta o interior represado, mas não incomoda o cínico pelo simples fato de ser cínico.
Por vezes na caricatura da verdade está a mentira pueril, mas que não escapa a quem conhece externações compatíveis ou não com a conduta lisa. Isso não perturba o mentiroso que quer ganhar tempo.
Não há humildade na mentira, mas arrogância, principalmente quando há concorrência com a verdade e alguém com possibilidade desmascara a mentira e traz para o palco a realidade. Nesse caso surgem injúrias, difamações e a histórica mentira.
Essa mentira desfigurou repúblicas, arregimentou o que há de pior, escudou-se no poder que tem os requisitos para manipular, porque manda estruturado com instrumentos disponíveis contra os quais é difícil lutar. Um dia sai do cenário. Vide a Argentina....