A MORTE DA CÉLULA
A célula morre.
Inevitavelmente, como todas as coisas vivas,
Ela nasce, cresce desenvolve-se e morre.
Sua existência é focada, principalmente,
neste crescimento e desenvolvimento
ali, ela produz as maiores maravilhas,
de sua vida útil: cria, ajuda a florescer,
junto de suas irmãs, um organismo vivo.
Para cada morte de célula, uma nova nasce
Para que se mantenha este equilíbrio natural,
No organismo.
Talvez, na sabedoria desta natureza,
As coisas no mundo sejam assim,
Como essa associação celular,
Tentando manter esta ordem,
A cada morte e vida de uma delas.
Talvez sejamos, nós homens,
Células dentro de um organismo chamado
Mundo.
E por vezes, na morte de um,
Nos prontificamos de tal forma, a repor
Esta ultima falecida.
Mas há outra forma de vermos isto,
Seguindo esta ótica:
Num organismo, quando muitas células morrem,
E esta mortandade ameaça o equilíbrio,
Acaba gerando sequelas ao mesmo,
Como doenças, defeitos, inabilidades e
A inevitável morte do todo.
Esta mortandade, por vezes, pode
Eclodir num câncer:
Uma quantidade extensa de células mortas,
Desordenando tudo e levando ao caos e desfecho definitivo
Creio e ai vem a outra ótica,
Que ao se ver o estado em que
Nosso grande organismo está,
não sejamos, agora, células vivas,
Mas uma grande, ignorante e podre
Metástase.