Nossa memória é midiática!

Nossa memória é midiática!

Esquecer, lembrar, segundo os interesses dos mass media e, dessa maneira, constrói-se as lembranças de uma nação que pensa conforme o que é determinado. Mas, é perceptível a seleção dessa memória, na qual, o império midiático escolhe o que se deve esquecer ou o que se deve relembrar.

De acordo com os interesses da cabeça pensante (mídia), vê-se uma massa refém de saudade vil e interesses distorcidos; a ociosidade pensante é erguida para manipular os indolentes intelectuais.

Se a mídia não divulga, esquece! Se o IBOP não responde aos números, esquece! É permitido lembrar o que se pode comentar com o "substantivo-interjeição"; meu deus! Nota-se o espanto e o apelo na voz autorizada pelo império midiático.

Nossa memória é um vídeo show de horrores, que vive de tragédias e acidentes; o lado reptiliano do humano. Somos a audiência e o tel\espectador do drama real, atores da construção da memória, em que o cronista é o teclado de algum programa jornalístico.

Vive-se a metalinguagem a todo momento, flash de acontecimentos que busca acontecer novamente quando é comentado e exibido como forma de revista semanal. O acontecido acontece e, assim, há uma nova interpretação para o que foi fato.

A memória preenchida com âncoras de jornal - o inconsciente, Freud, é representado, agora, por eles - notícias selecionadas e discursos viciados. O que passará na vida real, é o vale a pena ver de novo no grande espetáculo protagonizado pela mídia; uma seleção de acontecimentos que servirão de construção para a memória coletiva.

Mario Paternostro