História e Fantasia

Só quem é muito ingênuo, um mané, acredita piamente na história oficial. Na verdade a história sempre foi escrita ao bel-prazer dos historiadores. Nela influiu o humor, idiossincrasias, lado político e até, quem sabe, os problemas familares dos autores. A maior parte da história é mentira. Vou ser mais duro: quem melhor escreveu a história foram os romancistas. Com sua imaginação e fantasia mentiram menos que os historiadores.

Toqqueville dizia: "A história é uma galeria de quadros onde há originais e muitas cópias". E Anatole France foi ainda mais preciso: "Existe uma história imparcial? E o que a história? A representação escrita dos acontecimentos passados. Mas o que é um acontecimento? É um fato qualquer? Não! , é um fato notável. Pois bem, como é que um historiador decide se um fato é notável ou não. Decide-o arbitrariamente segundo seu gosto e seu caráter, segundo sua idéia, como um artista, enfim. Pois os fatos não se decidem por si sós em fatos históricos e não históricos".

No Brasil, salvo pelos livros do jornalista Laurentino Gomes, a história é simplesmente avacalhada, sobretudo a oficial. Vejam a República, a história oficial diz que foi um movimento cívico, fantasia, mas foi apenas uma quartelada. O povo não influiu em nada. Só soube muito depois porque estava acostumado a ver os militares nos regabofers do imperador. Mas aí impulsionado pelo clima favorável à República no mundo, resolveram depor o imperador, sem um tiro, apenas mandaram ele embora. E em lugar da corte de Dom Pedro II entrou a patota e a tropa de choque dos políticos. Nada mudou. Houve apenas uma diferença, o imperador era um sujeito eduicado, fino e culto, e os militares e políticos uns truculentos e, não raro, incompetentes.

As mudanças no Brasil se deram por meio de quarteladas, as rebeliões cívicas foram todas reprimidas e derrotadas. A história oficial é tão mentirosa quanto cachorro de fateira, a única luz nofim do volume morto,repito, são os livros de Laurentino Gomes. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 17/11/2015
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