Dar tempo ao tempo
O tempo faz sua caminhada em constante busca. Ele não permite que paremos de crescer na capacidade de sentir a vida, de superar obstáculos, de alcançar conhecimento, de ser feliz. Ele foi, é e será sempre testemunha presencial de tudo o que existe.
Sua medida é o relógio, mas ela pode ser ponderada pela batidas do coração que dança ao ritmo da vida. Às vezes, está tranquilo, mas de repente se agita tocado pelo amor ou pelo medo de perder o tempo. Dá saltos, cambaleia e depois volta à rotina.
Já os ponteiros do relógio caminham com absoluta indiferença, dividindo o tempo em pedaços irreversivelmente iguais: horas, minutos, segundos. Mesmo com apatia, é o agente de maior importância na rota da disciplina contínua e indefinida na qual os acontecimentos sucedem-se.
Compreender a linguagem do tempo é a maior aspiração do ser humano, mas o mais difícil aprendizado é o de dar tempo ao tempo: tempo para travar uma conversa, tempo para ouvir, tempo para se capacitar, para fazer arte, protelar ou para seguir a jornada.
Ao dar-nos tempo, quebramos seu domínio, podemos percebê-lo
e usufruir do bem que ele nos faz. Conseguimos avaliar o que permanece no filtro da memória, o que valeu a pena, somos capazes de abrir novos caminhos e até nos livramos de sua pressão, ouvindo o pulsar do coração e vivendo a emoção de cada momento.
Gentil interação do poeta Marcus Rios
Devemos sempre caminhar junto ao tempo para que o tempo nunca nos deixe atrás do tempo.