Expressões Regionais
Ao pegar um táxi, costumo ir no banco dianteiro, para melhor papear com o taxista. Dizem até que ele é a pessoa mais bem informada sobre a cidade, pelos diferentes passageiros que conduz. O político, o executivo, o turista, o professor, o estudante e tantos outros dos mais diversos segmentos sociais.
Numa cidade do sul, uma das mais bem urbanizadas do país, ia eu a pé, naquele gostoso friozinho, já próximo de chegar ao hotel, mas resolvi tomar um táxi, tamanho era o cansaço de tanto caminhar por aquelas belas em bem tracejadas ruas. Logo a seguir, numa rua pouco movimentada, um pedestre atravessava fazendo zigue-zague, aparentando tontura. Imaginando que poderia ser uma crise de labirintite, até o defendi, admitindo ser uma questão de saúde, pois já me vi naquela situação, quando, certa vez, num feriado, vindo da praia, também a pé, senti o mundo girar. Estava totalmente sóbrio, mas logo imaginei que os que me viam tinham toda a razão em me censurar, achando que eu estava bêbedo. Foi esse o pensamento que me fez defender aquele transeunte. Mas, o taxista, categoricamente, me respondeu: “Aquele está cozido”.