O Balanço do Mar

Naquele dia o mar balançou. As ondas não permitiam enxergar os peixes na base da grande torre. Ao seu redor estruturas de concreto, aço e ferramentas diversas para manobrar as caixas. Um pouco mais a frente não se via mais nada além de 360° de imensidão. Horizonte infinito. Proximidades preenchidas por outras torres. À noite, as luzes silenciavam metaforicamente “City lights” de Chaplin. Era verdadeiramente uma cidade construída de torres e muito trabalho. A natureza estonteante era a única que não se calava. O lindo azul contrastava o cinza dos metais. Ele continuava a balançar... No interior da grande torre, valsas proibidas eram dançadas, trabalhos minuciosos eram executados e novelas de sucesso para o lazer. A boa prosa também não estava desperdiçada neste cenário. Falava-se de sonhos, amores antigos, de operações de sucesso e de tragédias. Depois de imaginar e de presenciar todas essas fontes de recordações, voltou para o seu quarto, no interior da grande torre e, assim como na rede de sua infância, dormiu no silêncio da noite e no balanço do mar.

Ubirani
Enviado por Ubirani em 13/11/2015
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