Teatro mambembe
Não havia um roteiro preestabelecido, seria como se o improviso fosse a diretriz das atuações, sinais múltiplos anunciavam que tudo iria começar, um ato, já em cartaz desde sempre, estava dando a largada.
Figurantes se atropelavam, faziam parte do contexto, mas eram anônimos, apenas ilustravam a cena, o protagonista era realçado, pois pensava, e tinha um rumo, e as luzes de neon, não bem informadas, a todos iluminavam, mostravam medo, ousadia, pressa e esbarrões.
Dramas confundiam-se na agitação, cada uma das pessoas poderia tornar-se o centro do enredo, mas a sina já havia feito a seleção. O gênero ainda era confuso, como confuso era cada um dos focados, crias seriam geradas para cada personagem.
Dobras, placas, esquinas e becos confundiam a direção a se tomar, velhos abandonados, crianças perdidas, e um sorveteiro vendendo sorvete de limão; bancas de promoção, homens propaganda anunciando a liquidação. Um assalto, um policial apitando, um homem desmaiando , alguém chamando a ambulância, que fazia a trilha sonora da produção, e sem saber aonde iria, eu vi essa grande avenida, e saí às ruas...