CORRUPÇÃO E NEPOTISMO EM IRANDUBA

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Mais do que uma simples operação de combate a desvio e corrupção, o Ministério Público do Amazonas, também descobriu que o prefeito de Iranduba, Xinsik Silva Medeiros, também praticava crime de nepotismo, nomeando a irmã para comandar o Fundo Municipal de Saúde. Ela também teve a prisão decretada na mesma operação comandada para apurar desvio de verbas públicas estimadas em 56 milhões de reais. Foram decretadas prisões temporárias do prefeito, do Secretário de Finanças do município e do presidente da Comissão Permanente de Licitação e da tesoureira do Fundo Municipal de Saúde, coincidentemente irmã do prefeito. Mesmo sem ser cassado, a Câmara Municipal imediatamente empossou a vice-prefeita Madalena de Jesus (PSDB), mais conhecida como “Madá do Cacau Pirêra”, para comandar os destinos da cidade.

Até março de 2006, na condição de presidente não remunerado da Comissão Estadual de Emprego no Amazonas, por dois mandatos, viajei aos municípios do Estado, cumprindo a orientação do Fundo de Amparo ao Trabalhador e tentando criar, implantar e fazer funcionar Comissões Municipais de Emprego. Recebido oficialmente pelos prefeitos, percebia pelas perguntas que faziam que havia nepotismo em diversos municípios do Estado que visitei..

-Para que tantas Comissões? Posso nomear os mesmos membros das comissões que já existem? Quem são os atuais membros? São meus parentes, correligionários e amigos de confiança e em quem posso confiar também! Ah, sei...! Depois, vinha a pergunta fatal: se eu criar essa nova comissão, nomeando membros novos, vem mais dinheiro para o município? Como para todas as perguntas, respondia “não”, os encontros se encerravam com a resposta “então, não tenho interesse e não entendo para que tantas Comissões. Não tenho gente suficientemente confiável no município para nomeá-las”. Deixava os gabinetes, frustrado e pensando “para que nomear as mesmas pessoas e perguntar se o município receberia mais recursos se fosse criada mais uma comissão?. Sem resposta, tinha quase a certeza que existiria algo errado. A suspeita que tive na época, foi confirmada com a prisão da Tesoureira do Fundo Municipal de Saúde, que deve também deve compor outras comissões municipais, por ser de “confiança”.

A prisão da irmã do prefeito de Iranduba confirmou a “confiança” que eu desconfiava existir: tudo ficaria mais fácil para o comando da corrupção! Contudo, não sei se o possível nepotismo em Iranduba merecerá atenção do Ministério Público do Estado para futuros desdobramentos investigativos. Se não for, será lamentável porque estamos diante de um possível caminho curto para descobrir outros desvios de verbas públicas. Deveria ser apurada essa suspeita que, se for comprovada, na maioria dos municípios pode estar ocorrendo o mesmo processo de “confiança” exagerada de prefeitos corruptos em seus parentes e correligionários de campanha!

Mais 15 pessoas incluindo funcionários públicos e empresários do município, tiveram a condução coercitiva decretada e foram obrigadas a prestar depoimentos. Foram cumpridas as prisões do Secretário de Finanças, da tesoureira do Fundo Municipal de Saúde, do presidente da Comissão Permanente de Licitação e do Secretário Municipal de Infraestrutura do município que fica a 27 km de Manaus, o maior produtor oleiro do Estado, ligado pela Ponte Rio Negro. O prefeito se apresentou depois ao Ministério Público e foi recolhido ao mesmo quartel onde ainda está o ex-prefeito de Coari, Adail Pinheiro, cassado e sem imunidade de um prefeito no exercício da função.

Fábio Monteiro, procurador-geral do Ministério Público disse que a investigação começou a 3 meses, a partir de denúncias de empresários do município que não aguentavam mais a corrupção no município. Em cruzamento de dados com o Tribunal de Contas do Estado e o Tribunal de Contas da União, foram comprovadas irregularidades em contratos e outras verbas recebidas e desviadas do Governo Federal.

carlos da costa
Enviado por carlos da costa em 12/11/2015
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