Sobre projeções e expectativas
Como é difícil a gente olhar para o outro sem prospectar nele a imagem que a gente inventou para ele ser. Sem enxergar as expectativas que criou. Sem enxergar o personagem que meticulosamente inventou para ele seguir. Como é difícil enxergar o outro como ele realmente é, despido de nossas fantasias, de nossos julgamentos, de nossas vontades.
Como é difícil entender que o outro não tem a obrigação de ser como gostaríamos que ele fosse. Que as expectativas que criamos são um problemas só nosso e ninguém tem o dever de cumpri-las, de satisfazê-las por nós. Como é difícil entender que ninguém nesse mundo é perfeito...
Vivemos projetando no outro os nossos desejos. Julgando, pesando, medindo... tentando fazer o outro caber no nosso sonho. Querendo que ele seja sempre melhor. Que seja mais romântico, mais organizado, mais carinhoso, mais cuidadoso, mais atencioso; menos calado, menos parado, menos desleixado, menos estabanado.... como se fossemos mais em tudo e tivéssemos menos defeitos que ele... como se fossemos perfeitos...
Como é difícil aceitar o outro como el é e se aceitar também. Crescer junto. Saber se relacionar. Como é difícil parar de projetar no outro o que se quer conseguimos encontrar por nós mesmos, em nós mesmos.