VETO ao VOTO

Veto ao Voto

Reclamamos tanto de tudo, de todos e das coisas como elas são e, nem de longe em minha vida, ao longo de 50 anos, eu imaginei o quão sujo, podre e asqueroso, pode ser o universo dos cavalheiros que nos batem à porta em busca de votos que lhes deem o poder. São finas figuras, de trajes simples, calçados modestos e fala macia. São pais de família. Doutores ou não, que em troca de um favor da gente, beijam até o chão. São anjos marcados pela mão do Senhor, para vir a terra te proteger do opressor. São belos príncipes de espada em punho, que desceram do alto de sua majestade para defender fracos e oprimidos. São venenos mortais em forma de cápsulas e comprimidos.

Ministram a si próprios em prol de nossa saúde, de nossos interesses, de tudo o que nos faz mal....até a desigualdade racial!

Usam de todos os subterfúgios, artimanhas e manhas pra nos conquistar, levar nosso voto, em forma de confiança, para nossa vida administrar.

Nem todos são letrados, alguns até falam, nóis vai, nóis foi, nóis fica, e a esses dá-se o nome Despudorados Tiririca, que o povo achando estar protestando, deu-lhe o voto demagogo, e ele está lá, mandando. Valha-me Sta Clementina de Jesus, pois que agora nas terras de Cabral, quando não falta água, falta luz. E por falar no tal de Cabral, o primeiro fala mansa, que chegou e passou a lábia nos índios, roubou-lhes até a confiança e troca de espelhinhos como lembrança.

Todos querem com certeza, subir a tal da rampa do planalto, pra poder olhar pra gente, lá de cima, lá do alto. Bem distante de nossa ira, dor e arrependimento, que nos faz sentir vontade de arrebentar a tal da rampa, mas a danada é muito dura, toda feita de cimento.

Êta povo brasiluca, que dá voto em troca de açúcar, arroz feijão e fubá, sem pensar que por quatro anos, vai seu voto amargar.

Plantaram em toda essa gente, a esperança de suas vidas melhorar, deram crédito e facilitaram, e até carro o povo pode comprar, mas agora quem aguenta, essa crise que arrebenta, ou devolve o tal veículo, ou não consegue a gasolina pagar.

Inda tem os tais "de confiança", que trabalham por alguns tostões, pra no fim dos tais mandatos, serem tratados aos bofetões.

Mas voltando aos de gravata, que hoje esqueceram seu nome, não estão nem preocupados, se essa gente passa fome, sem doutor pra consultar ou remédio pra curar.

E VIVA A TAL DEMOCRACIA, QUE ME OBRIGA A VOTAR!!!!!!!!

Fátima Ayache

07/09/2002