VIDA DE GUERRA!

-QUEM MORRE...QUER O CÉU!

Foi essa a frase que num ato de desabafo, alguém me proferiu nessa manhã, e estimulou meu pensamento.

Mas... céu existe?

Parei para questionar...

As balas perdidas continuam!

Sob a cidade que amanhece indiferente ao cenário “dos ontens”, o sol renasce entre a chuva de pedras que desaba sobre nós.

Aprendi que a vida não pára! Jamais se solidariza com qualquer tragédia!

O tempo é inanimado...

E não há mãos que acolham nosso desespero, nem ouvidos que se sensibilizem aos nossos clamores...

Aqui, sabemos que saímos, mas não sabemos se voltaremos ilesos aos nossos lares.

Mães rezam por seus filhos...filhos temem por seus pais.

Destravamos todos os obstáculos que ilusoriamente nos blindam da violência urbana, e com as faces perplexas e temerosas, partimos rumo ao dia a dia ,de olhos voltados ao céu!

A ele rogamos que se faça presente sobre o chão da insensibilidade perpétua...

Aquele céu que muitas vezes ainda nem pedimos...mas que precocemente nos chega, ao estilhaçar duma janela, ou dum vidro insufilmado dum automóvel.

Famílias são amputadas nos semáforos, à simples aceleração do pânico dos motores...

LADRÕES DE GALINHAS?

Hoje matá-se cruelmente para roubá-las!

E pior ainda...queima-se a sociedade gratuitamente, no inferno terrestre onde nenhum tipo de vida tem valor!

Aliás, uma sociedade que não valoriza a vida, jamais chorará os seus mortos!

De fato, entendi finalmente que quem morre, quer o céu!

Difícil acreditar que tanto temor e sofrimento não nos sejam recompensados com a eterna paz celestial, aquela que a humanidade em vão procura mas parece não encontrar; nessa terra de tantos caminhos minados...