Cazuza = Eu?!
Uma vez, minha mãe falou que eu era parecido com o Cazuza no jeito de pensar e de agir.
Respondi:
- (Risos) Se eu tivesse o mesmo dinheiro dele, podia-se dizer que sim.
A diferença entre mim e o Cazuza, é que, o Cazuza, podia surtar na hora que ele quisesse. - Pois, era playboy, tinha grana e todo mundo, lidava com os surtos dele, quieto.
Já eu, surto por depressão, apenas. Por ter aguentado muita coisa durante muito tempo e, não querer mais suportar dar mais uma de besta, como eu, fazia na época do colégio.
Como eu falei pra Lilian:
- Eu não quero mudar, Lilian. Porque se eu mudo, continuo o mesmo besta que eu era na época do colégio.
- Mas pra mim, você não é besta.
- Mas aí é que tá, Lilian, pra você, eu não sou besta. Mas pro mundo, eu continuo o mesmo.
O Cazuza, tinha força de viver, coisa que eu já perdi faz tempo.
E eu, duvido que, se o Cazuza, estivesse vivo hoje em dia, iria aguentar os apeladinhos bestas que eu aguento na rua e, as velhinhas alienadas que se benzem, por causa do que Levítico disse no Velho Testamento.
Sim, para o mundo eu continuo o mesmo. Velhas ainda se benzem no metrô e, ainda, sou chamado de ''Peixe'' pelos bandidos com escorpiões tatuados na rua. - Escorpião = Caguete.
Mas pelo o fato de sermos filhos únicos, a gente tem muita coisa em comum. - Amizade a gente prioriza pra caralho.
A Mariane, a Mirian, A Marina, A Tati, A Natha, o Vini, a Boo, o Felipe e a Francine, foram os melhores amigos que eu tive na vida.
A Mariane, pode ter me feito horrores, mas ela, não pode ter raiva de mim. - Pois, em nenhum momento, fui falso com ela.
A Mirian, toda vez que a gente se vê, a gente se olha feio. - Por eu, ter sido sincero demais.
A Tati, é uma fingida do caralho, também. - Culpa os outros pela sua falsidade, mas nunca tem de me chamar de falso.
Na verdade, o Vini, foi o que provou ser meu amigo. Enquanto, os que andavam com ele, zoavam comigo, ele foi o que disse:
- Eu vou ficar com o Vitão! Ele não vai ficar sozinho, pois ele, é um de nós. Foda-se, se vocês têm nojinho dele.
O Felipe, eu abandonei porque ele é um cu. Mas não esqueço o que ele fez por mim, foi um amigo de verdade.
Foi embora comigo, quando o Cooperador Expedito, me botou pra fora da igreja:
- Você não pode expulsá-lo da casa de Deus! É injusto! Se ele for, eu vou junto!
E também, quando fiz a minha primeira cirurgia, ele ficou comigo em todos os momentos.
E fiquei, muito mal quando a gente ficou uma época sem nos falarmos.
Mas hoje, pega mal se eu andar com ele. - Andar com nerds, é um cu.
A Francine, foi tão minha amiga, que eu, larguei tudo pra vê-la quando estava grávida de 7 meses. - A gente não se fala mais, por causa da Érika. Sobrinha do meu pai.
E a Marina, conheci ela pela internet e nossa amizade ficou muito intensa. - E eu, nunca imaginei isso.
O Minuto Indie ainda existe, com o Gustavo e com o Alexandre, mas conheci a Marina nesse canal. - Eles eram tipo, o que eu queria ser na época do colégio, saca?
E sei lá, se eu não sou agora, viu? Os populares do meu colégio, ou alienaram ou ficaram em seus empregos chatos pra cassete. - Alguns, largaram o Cruzeiro.
OBS: E até hoje, eu tenho certeza que eu vi o Tomasi com a camisa do Armarinhos Fernando na frente do Bradesco.
Aprendi uma regra muito importante: Pra ser popular, a gente não deve se importar com a popularidade, mas sim, aprender a ser só.
Que são poucos os amigos que você vai guardar pra vida inteira e, você, tem aprender que a morte vem pra todos. - Não adianta fugir.
Aprendeu essas três lições: Pronto. Você é popular.
E o mais importante, você tem de ser bonito.
Se você ver um feio sendo popular no seu colégio, podes crer, que ele é, um Herbert da vida, que faz tudo pra chamar a atenção. - Criança.
Eu não me acho um cara bonito, mas larguei a cara de mongo quando larguei do aparelho nos dentes e, dos óculos horríveis que eu usava.
Você não deve suplicar atenção de quem não quer te dar atenção.
Hoje mesmo, eu fui pedir colo pra minha prima, pois eu, tinha acabado de brigar com a minha mãe. E com o meu vô doente, sobra menos atenção pra mim, também:
- Paty, dá um colo. Só pra eu dormir. Se eu deitar aqui, não vou conseguir.
- Quer mamadeira, também, neném?! Vou chamar meu pai!
- Então, tá bom, Patrícia! Vai lá, pro seu bola de gordura do caralho e me deixa aqui! Sua besta!
- Eu não tô conversando com você?
- Eu não quero conversar! Quero colo, não tá vendo?!
- Virou bebê agora, Victor?! Vai se lascar!
- Vai se lascar, você! Vai embora, vai!
- Tô esperando a sua mãe. Ela foi lavar o cabelo!
- Mas foi eu quem chamou você aqui pra cuidar de mim, caralho!
- Vou embora mesmo se você não parar de encher o saco!
- Vai!
Sorte que o Gilson veio e, levou-a embora, mas corta a parte que eu pedi pra ela ficar.
Franciele, a mesma coisa.
Mas ai, é diferente. Prefiro, nem comentar.
Ela, quem meteu o pau em mim pro Gilson e depois, mandou eu ir me foder.
Não vou falar mais nada daquela recalcada.
Aliás, deixa Paty e Franciele pra lá. Duas recalcadas chatas. E são da mesma família, normal.
A diferença é, que a Paty é minha prima e a outra lá, não. - A Franciele, odiava quando eu a chamava de ''outra lá''.
Vou explicar: A Paty, é filha do meu tio Gilson. A Franciele, é sobrinha da mulher do Gilson, Nalvinha. Por isso, a gente não é primo, mas quase fomos. - Sim, quase fomos.
A Franciele e eu, temos mais em comum do que todo mundo imagina.
E já que a Nilza separou do Jeremias, eu posso falar isso.
A Nilza, namorou o meu tio Adilson, irmão do Gilson. - E se ela, não cassasse com o Jeremias e, tivesse a Fernanda e a Franciele com o mesmo, elas seriam do Adilson. Simples.
A Nilza, ainda paga um pau pro Adilson.
A última vez que a gente conversou, só falava nele. - E seria até bom, ela casar com ele mesmo, sabe?
O Adilson tá muito triste com a Regiane e se mergulhou na cachaça. - E as filhas dele, não percebem que tudo isso, é por causa da Regiane.
Tão querendo levar o cara pro AA, para queimarem o crunck dele, pra ele fazer a Terapia dos 12 passos e fazer tudo que a Regiane manda.
Mas a Daniele e a Jéssica, não percebem isso.
E do jeito que o Adilson é otário. - Vai seguir à risca. O ''Encontrar o poder superior''.
Enfim, mas como já dizia um velho ditado: ''Em briga de marido e mulher, não se mete a colher'', não é mesmo?
Enfim, voltando à Marina, eu nunca imaginei, que, a gente iria ficar tão amigo. - Até porque, ela é descolada e eu, sou um bosta.
Mas ficamos. - E se não fosse ela, eu estaria fodido.
Apesar que, escrevendo, conheci várias pessoas maravilhosas que trabalham nessa área.
Inclusive, muitos dos meus amigos escritores, trabalham na editora que me deu um fora colossal. Multifoco.
E isso é, muito legal. - Dá até pra ficar com menos raiva deles.
Enfim, uma coisa que o Cazuza disse na entrevista com a Leda Nagle, que é completamente verdade:
- Eu sou muito brincalhão e tudo, mas na hora que eu escrevo, eu sou o cara mais Caxias do mundo. Eu dou uma seriedade ao meu trabalho, que as pessoas não sacam tanto.
Isso é uma coisa muito louca. Mas eu entendo isso completamente, porém, não vejo com bons olhos.
As pessoas vêem muito o encrenqueiro, o que fala palavrão, o que briga pra caralho e o que fala mais que a boca. - Comigo também, é assim.
Mas quando eu tô dentro do meu quarto escrevendo, e a minha mãe entra, eu tomo um susto visceral e tipo: ''Saí daqui''!
Pois, por mais que, a gente queira que as pessoas leiam depois de pronto, a gente não quer ser incomodado. - Até porque, é um momento só nosso.
Mas as pessoas da minha família, por exemplo, não sabem do meu trabalho, não sabem o que eu escrevo e, tampouco sabem das minhas influências literárias.
Pra elas, eu estou sempre dormindo. Pois, quando elas estão aqui pra ver o meu vô, eu já tô roncando.
Mas aí, já são 10:30 e eu, nem tomei café. - Aliás, não sei o que é tomar café da manhã há um mês. Só almoço e janto.
Enfim, o meu lado introspectivo, quase ninguém conhece, pois, são uns bando de ignorantes.
Só conhecem, o que vem de manhã, de tarde e à noite, mas o que vem de madrugada, ninguém conhece.
E outra, se não fosse eu pra meter a boca e falar um monte, quero ver se alguém da minha família, iria fazer igual.
Não. Sabe por quê? Porque são tudo um bando de falsos e fingidos do caralho.
Aí, eles falam:
- Respeita o vô que tá doente, Vi!
Sendo que eles, não respeitam nem a eles mesmos e não sou eu, quem vai matar o vô, é a desunião que essa família é e, sempre será.
Não é agora, que, um está doente, que se deve tapar o sol com a peneira e dizer: ''Ai, como somos bonzinhos. Eu tô cuidando do meu vô''.
O vô, não tem mais esperança desde que a minha vô morreu. Por isso, ele tá se entregando - Não vêem?
Não adianta nada, vocês pagarem de bonzinhos agora, sendo que, quando o vô melhorar, vai ser a mesma merda.
E ninguém ajuda em porra nenhuma. As únicas pessoas que ajudam, são minha mãe e o Cima:
Eu: Só durmo.
Paty: Só vem alisar.
Jessica: Só vem alisar.
Adilson: Chega com o cu cheio de cachaça e quando minha mãe pede:
- Adilson, vem ajudar limpar o pai, por favor?!
- Eu?! Limpar bosta?! O caralho!
Gilson: O Gilson, é aquela coisa. Vem aí, mas corre quando é necessário.
Nalvinha: Ajuda quando pode. Faz comida, se esforça, pelo menos.
Priscila: Ficou na parte de ''minha babá''. Cuida de mim.
Daniele: Veio aí, só perguntar como o vô tava e depois, saiu.
Eu pelo menos, posso brigar, posso fazer um escarcéu, posso peitar até quem provavelmente, eu vou apanhar.
Mas pelo menos, eu não pago de santo do pau oco.