O MENINO QUE OLHA O CÉU
Para, para! Não vale cortar o meu...você é um mané mesmo!! Entre xingamentos e raiva, lá ia Netinho correndo desesperado para alcançar a pipa, que era levada pelo vento. Ela rodopiava sem destino, assim como os pés do menino.
O tempo passou, muitas coisas aconteceram...hoje, olha os filhos em seu enorme quintal, as crianças correm e pulam. E os olhos de Netinho ainda estão no céu, onde as pipas voam com graça. Dali, seus pés não rodopiam mais, nas retinas a saudade traz à lembrança daquele dia que brincava e corria tão solto...Eram dias ditosos de uma infância interrompida. Nestes momentos, seus olhos se banham de tristeza.
Não é sempre assim que acontece, têm histórias que o tempo não aplaca. Tem história que segue cheia de bem aventurança. Todavia, Netinho agradece por estar ali olhando o céu, sabe que era feliz e sabe que ainda é feliz. Toda a dor passou, ele fez questão de apagar.
Netinho aterrissa os olhos nas crianças e sorri, por que sabe que seus filhos não terão o mesmo destino dele. A vacina contra a pólio os protegia da doença, que acabou com os seus movimentos. Assim consolado, desliza a cadeira de rodas...deixando os filhos no proveito da infância.
Obs: Primeira crônica postada. Começo a dar outros passos rsrs