INTERESSES DIREITOS E DEVERES
Crónica
Nunca na minha já longa vida andei tao confuso como neste momento. O comportamento humano surpreende-me por eu me aperceber que sobrepoe os interesses pessoais aos direitos e deveres subjacentes ao simples cidadao. Constato que a política se rege por principios rígidos da conquista do poder por motivos nao só ideológicos, mas principalmente, pela ambiçao desmedida de um individuo ou de um grupo organizado.
Este panorama é flagrante na politica como noutras áreas da sociedade, mormente no que se prende com a justiça. Qualquer pessoa mais atenta se apercebe destas realidades anómalas.
Quando se agita a bandeira da democracia, é mera hipocrisia ideológica, uma vez que ela nao é exercida. Como exemplos, cito na política o caso da "disciplina de voto", em que o militante de um partido, se discordar de determinada proposta, nao pode votar contra a mesma; na justiça, um processo de herança, em que numa conferência de interessados, fica ao critério dos herdeiros a partilha de bens imobilários, após o encerramento do processo. Se por ventura os herdeiros nao chegarem a acordo na correr a novos processos judiciais para resoluçao do conflito.
Finalmente, ainda vou referir-me ao dever que os filhos têm em seguir os conselhos dos pais, portadores da sabedoria e da experiência da vida. Porque esses filhos se acham apenas com direitos na defesa dos seus interesses, ignorando a opiniao dos seus pais, sao mais tarde surpreendidos por situaçoes muito complicadas, comprometendo o seu futuro normal.
Muitos mais exemplos eu poderia aqui citar, o que alongaria esta crónica. Pena é nao se vislumbrar uma viragem na aplicaçao destes três princípios: "INTERESSES, DIREITOS E DEVERES".
Ruy Serrano - 08.11.2015