A Segunda Pele
O hábito faz o monge. Clichê!
Qual é a roupa que te faz? A camisa é uma indumentária que melhor caracteriza uma época, talvez.
A humanidade se distingue da animália pela cultura produzida. A roupa é elemento cultural. A moda conta a história, reflete a época em que foi produzida.
Foi assim que na década de 60 se usou aquelas camisas de malhas em decotes ‘vê’. As mulheres, comportadas blusas chamadas de “ballons”. Ao lado das calças de tergal – assenta, levanta e não perde o vínculo – houve as sociais camisas que se usavam com botuaduras conhecidas como “volta ao mundo”. No inverno as blusas de gola rolê aqueciam.
O jeans roubou a cena e as calças eram Lee, US Top, Farwest e Levi’s impondo a cultura estadunidense.
O tergal inaugurou a década de 70, mas quem venceu foram as jardineiras.
As calças pantalonas, boca de sino, pata de elefante, jeans ou poliéster faziam par com camisas de malha. Se a calça era roxa ou rosa, atrevimento unisex, a camisa era lilás. Psicodélico, morô bicho?!
Veio o veludo.
Calças. Camisas. Vestes. Saias. Mini. Midi. Macro – recuperação atualizada daquilo que a segunda guerra mundial interrompeu. As golas rolês abriram espaços para a cacharrel com os paletós de mangas com recorte nos cotovelos.
Decote canoa, gola de padre, gola marinheiro. Meias soquetes com sapatos de plataforma. O salto masculino cavalo de aço antecipou à moda da Era Disco.
Dançava-se na Discoteca. Em Barbacena havia Sarcófago, Brilho na Boca e Hirondelles. Mas a onda mesmo era o italianíssimo Ginos i’l Candelabro.
A geração 80 trouxe os babados dos anos 50. Sedas e cetins. A javanesa anunciava a globalização, o fim da guerra fria e o último suspiro do fadado fracasso do romantismo.
A quebra do muro foi o berro do nascente pós-moderno.
As roupas justas trouxeram o novo século.
Na veracidade da voragem consumista o falso novo: nada se cria tudo se recria e se reveste.
As apertadas calças de pernas estreitas trouxeram as calças dos anos 60 antes da Era Hippie: justo as justas calças. Apertadas camisas e paletós.
Isto tudo escrito foi só porque no exercício de meu ócio eu pensei nas camisas que me vestiram nestas cinquenta décadas que conheci.
Se a pele é um tecido de proteção do corpo, a roupa é a segunda: invenção humana para mostrar que mudar é preciso.
Qual a muda de roupa que você usará na próxima estação?
Gritante moda que usamos de forma muda sem questionar.
O hábito faz o monge. Clichê!
Qual é a roupa que te faz? A camisa é uma indumentária que melhor caracteriza uma época, talvez.
A humanidade se distingue da animália pela cultura produzida. A roupa é elemento cultural. A moda conta a história, reflete a época em que foi produzida.
Foi assim que na década de 60 se usou aquelas camisas de malhas em decotes ‘vê’. As mulheres, comportadas blusas chamadas de “ballons”. Ao lado das calças de tergal – assenta, levanta e não perde o vínculo – houve as sociais camisas que se usavam com botuaduras conhecidas como “volta ao mundo”. No inverno as blusas de gola rolê aqueciam.
O jeans roubou a cena e as calças eram Lee, US Top, Farwest e Levi’s impondo a cultura estadunidense.
O tergal inaugurou a década de 70, mas quem venceu foram as jardineiras.
As calças pantalonas, boca de sino, pata de elefante, jeans ou poliéster faziam par com camisas de malha. Se a calça era roxa ou rosa, atrevimento unisex, a camisa era lilás. Psicodélico, morô bicho?!
Veio o veludo.
Calças. Camisas. Vestes. Saias. Mini. Midi. Macro – recuperação atualizada daquilo que a segunda guerra mundial interrompeu. As golas rolês abriram espaços para a cacharrel com os paletós de mangas com recorte nos cotovelos.
Decote canoa, gola de padre, gola marinheiro. Meias soquetes com sapatos de plataforma. O salto masculino cavalo de aço antecipou à moda da Era Disco.
Dançava-se na Discoteca. Em Barbacena havia Sarcófago, Brilho na Boca e Hirondelles. Mas a onda mesmo era o italianíssimo Ginos i’l Candelabro.
A geração 80 trouxe os babados dos anos 50. Sedas e cetins. A javanesa anunciava a globalização, o fim da guerra fria e o último suspiro do fadado fracasso do romantismo.
A quebra do muro foi o berro do nascente pós-moderno.
As roupas justas trouxeram o novo século.
Na veracidade da voragem consumista o falso novo: nada se cria tudo se recria e se reveste.
As apertadas calças de pernas estreitas trouxeram as calças dos anos 60 antes da Era Hippie: justo as justas calças. Apertadas camisas e paletós.
Isto tudo escrito foi só porque no exercício de meu ócio eu pensei nas camisas que me vestiram nestas cinquenta décadas que conheci.
Se a pele é um tecido de proteção do corpo, a roupa é a segunda: invenção humana para mostrar que mudar é preciso.
Qual a muda de roupa que você usará na próxima estação?
Gritante moda que usamos de forma muda sem questionar.
Leonardo Lisbôa,
Barbacena, 23/10/2015.
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conversandocomoautor@gmail.com