“O DITO MUÉ..”
A nova geração da minha cidade não conheceu...não teve –vamos dizer,o privilégio- de ver e notar nas ruas da cidade,na década de 50 uma figura curiosa,interessante,diferente e porque não notável, o famoso “Dito Mulher”.
Quem era esse- DITO MULHER?
Era ainda bem jovem e da sacado do antigo prédio dos Correios,ora demolido,onde morava com a família,eis que meu pai era gerente,ator principal dessa repartição, de repente descia pela calçada da rua Tenente Lopes o então Dito Mulher,que a molecada vadia costumava xingar e jogar pedras e o chamava de “Dito Mué”. Êle era indiferente a tudo e a todos...levando consigo uma bolsinha bem feminina que não largava de qualquer jeito.
Pela sua fisionomia era mesmo um homem,descia a rua Tenente Lopes vestido rigorosamente de saia preta e com batão bem vermelho nos lábios,levando na cabeça uma espécie de boina feminina,com uma delicada telinha. Ou estava de salto alto ou então trajava sapatilhas discretas de uma dama.Cabelos longos escondidos no alto da cabeça,chamava a atenção de todos.
Tinha no andar,um jeito e rebolar feminino,porém não era o que hoje se chama “gay” ou homossexual assumido. Não era um homem avançado para os dias de hoje.Era pessoa de seu tempo,mas assumidamente mulher. Nem sequer chegou a conhecer a bandeira multicolorida que lidera o movimento do pessoal que desmunheca,com facilidade e agilidade.
O “Dito Mué” que a criançada não perdoava não era de dar ouvido a ninguém,não sorria e caminhava pela cidade,chamando sempre a atenção e curiosidade,respeitosamente de todos os adultos.Andava sempre só,em suas caminhadas urbanas e sequer dava ouvido aos moleques mais atrevidos. Tinha uma vida independente e nada o abalava, tudo indicando que sobrevivia com recursos próprios e era independente.
Por certo, Dito que seria Benedito e sequer eu soube onde residia,em razão da minha pouca idade, hoje certamente não está mais entre nós,pela óbvia cronologia temporal. Seria um belo caso para a psicanálise.
Até onde sei,nunca se entregou à libertinagem ou qualquer ato na época que representasse uma violação daqueles princípios da chamada e surrada: “moral e dos bons costumes”. Até onde sei era uma pessoa honrada.Respeito era bom e ele gostava...
“Dito Mué” ao longo da vida mesmo sendo Benedito,respeitou as mulheres de seu tempo,pela postura e comportamento.
E,por fim,os homens contra seu jeito e moleques vadios que lhe xingavam e jogavam pedras para ele, “que fossem –mesmo- para o inferno”.
Quem era esse- DITO MULHER?
Era ainda bem jovem e da sacado do antigo prédio dos Correios,ora demolido,onde morava com a família,eis que meu pai era gerente,ator principal dessa repartição, de repente descia pela calçada da rua Tenente Lopes o então Dito Mulher,que a molecada vadia costumava xingar e jogar pedras e o chamava de “Dito Mué”. Êle era indiferente a tudo e a todos...levando consigo uma bolsinha bem feminina que não largava de qualquer jeito.
Pela sua fisionomia era mesmo um homem,descia a rua Tenente Lopes vestido rigorosamente de saia preta e com batão bem vermelho nos lábios,levando na cabeça uma espécie de boina feminina,com uma delicada telinha. Ou estava de salto alto ou então trajava sapatilhas discretas de uma dama.Cabelos longos escondidos no alto da cabeça,chamava a atenção de todos.
Tinha no andar,um jeito e rebolar feminino,porém não era o que hoje se chama “gay” ou homossexual assumido. Não era um homem avançado para os dias de hoje.Era pessoa de seu tempo,mas assumidamente mulher. Nem sequer chegou a conhecer a bandeira multicolorida que lidera o movimento do pessoal que desmunheca,com facilidade e agilidade.
O “Dito Mué” que a criançada não perdoava não era de dar ouvido a ninguém,não sorria e caminhava pela cidade,chamando sempre a atenção e curiosidade,respeitosamente de todos os adultos.Andava sempre só,em suas caminhadas urbanas e sequer dava ouvido aos moleques mais atrevidos. Tinha uma vida independente e nada o abalava, tudo indicando que sobrevivia com recursos próprios e era independente.
Por certo, Dito que seria Benedito e sequer eu soube onde residia,em razão da minha pouca idade, hoje certamente não está mais entre nós,pela óbvia cronologia temporal. Seria um belo caso para a psicanálise.
Até onde sei,nunca se entregou à libertinagem ou qualquer ato na época que representasse uma violação daqueles princípios da chamada e surrada: “moral e dos bons costumes”. Até onde sei era uma pessoa honrada.Respeito era bom e ele gostava...
“Dito Mué” ao longo da vida mesmo sendo Benedito,respeitou as mulheres de seu tempo,pela postura e comportamento.
E,por fim,os homens contra seu jeito e moleques vadios que lhe xingavam e jogavam pedras para ele, “que fossem –mesmo- para o inferno”.