AFINAL QUANDO COMEÇA A VELHICE?
Recém passara das 13 horas e fomos varando a avenida Praia de Belas, Borges de Medeiros e transpomos um cabo de aço que era fixado em lâminas já sem uso de patrolas, bem junto a um dos pontos de prostituição 24 horas que funcionava na avenida, junto ao Parque Marinha. Eu caminhando empurrando um carrinho onde estava acomodado o Tiaguinho. Para cada acelerada era uma risada, logo atrás do banquinho uma bolsa com água e meus pertences. O toldinho parecia que ia sair voando e lá fomos nós, eu com 24 anos e ele com pouco mais de 8 meses. Chegamos na pista de skate quase sem uso, então cuidadosamente descemos e arrisquei uma corridas empurrando o carrinho, mais e mais sorrisos. Já de volta passamos pela pista de patinação, se não fosse um homem e um rapaz sentados no banco conversando o parque estaria deserto. Ao cruzar por eles na distância de pouco mais de 2 metros escutei o adulto perguntar ao rapaz:
- Meu filho por que não nos entendemos mais? - Laconicamente o rapaz respondeu:
- É a velhice!
Sempre que lembrava daquele diálogo torcia para nunca envelhecer. Só recentemente dei-me conta que a pressa é pior que a velhice!
A falta de diálogo não está no desencontro de gerações, mas na pressa dos mais jovens!