O mérito do ódio
Uma acusação que tem sido repetida pelos Petralhas é que a oposição tem semeado o ódio ao PT, nas redes sociais. Não dá pra negar que tal semeadura se verifica, embora, não sejam as mãos frágeis da oposição que dardejam à terra com tais sementes. A indignação existe, mas, a oposição está mui aquém do clamor social, infelizmente.
O PT, que surgiu em piquetes de greves nos anos oitenta, atazanando a tudo e a todos, que gritou “Fora Sarney, fora Collor, Fora Itamar, Fora FHC” enfim, fora todos desde que dentro o PT, de repente, num passe de mágica, descobriu o amor. O que houve que fez brotar tanta sensibilidade repentina?
Ah, eles bancam ao MST desde sempre com nosso dinheiro, tais servem pra quê? São mesmo trabalhadores sem terras pleiteando a reforma agrária? Eles têm a “Caneta” há treze anos, por que não fazem, acomodam aos “trabalhadores” e acabam com o pleito? Porque são um exército espúrio de bagunceiros a soldo oficial para servir aos interesses bolivarianos, quando a balbúrdia lhes interessa para desviar a atenção de um crime qualquer.
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Quantas propriedades particulares violaram, vilipendiaram; destruíram pesquisas esses novos amorosos da praça? Quem disse que o ódio é em si uma coisa má? Depende de seu objeto.
Eu, em meus textos de quase nenhuma significância não canso de patentear meu ódio ao cinismo, à mentira, à corrupção; odeio e seguirei odiando; que culpa tenho se o PT ama tais coisas? Afinal, me amo, e não gosto de quem rouba o que me custou trabalho, suor.
Sei que sua ideologia é de ateus, mas, sou cristão, e, Deus, que É amor, odeia também. Mais, numa profecia referente a Cristo, promete uma alegria especial, por que O Salvador odiaria às mesmas coisas que Deus, ouçamos: “Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros.” Sal 45; 7
Nosso ódio poderia arrefecer, esfriar, ante um gesto de grandeza, de humildade, autocritica; mas, teríamos um cafezal no Saara antes que humildade em mentes totalitárias, fascistas.
Cada safadeza descoberta, cada fato novo é “enfrentado” com mais cinismo, mais cara de pau, diluição de culpa, quando não, transferência. Assim, não só fizeram nascer nosso ódio, como se encarregam de regá-lo a cada dia, para que não perca seu viço.
“O amor pode viver de recordações; o ódio requer realidades presentes."
Miguel Unamuno