OVNI
Final de tarde no outono de 68, o céu começando a se avermelhar, quando os vi se aproximando em silêncio, eram três, um deles voava mais baixo, o que parecia capitanear os outros dois, que o seguiam logo atrás, ladeando e muito próximos.
O que parecia a nave mãe, parou acima de mim, um enorme disco de prata, com luzes coloridas que circundavam o que parecia uma escotilha, e estava muito próximo a mim, tanto quanto um avião no aeroporto, pude notar os seus detalhes, nenhuma emenda, como se fosse feito de uma única peça, e o metal cor de prata tinha um certo brilho azulado, de um distinto metal desconhecido. Eram todos iguais, e calculo que tinham entre 80 e 100 metros de diâmetro.
Não tive medo algum, apenas fascinação, eles me permitiram contemplá-los com calma, olharam para mim, tanto quanto eu a eles, e permaneceram parados, mas não totalmente, e quando se moviam, era em todas as direções, sem barulho algum, para cima e para baixo, para os lados e para trás, com uma habilidade que nenhuma nave humana conseguiria fazer, alcançando velocidade e parando como por encanto.
A nossa casa era a última da rua, no final de uma subida, e que eu adorava descer de bicicleta, na banguela, depois um planalto com muitos terrenos, e uma ou outra casa em construção, e eu apenas um adolescente de 14 anos, fazendo embaixadinhas na bola de capotão, no campinho frente de casa, como de costume, e foi exatamente nesse momento que vi o que nunca mais esqueceria, um momento único, mágico, que me deixou perplexo.
Passado alguns minutos, que se alongaram , chamei a minha mãe para que também os visse, e ambos pudemos vê-los partindo rumo a cidade universitária, caminho que conhecia muito bem, pois andava de bicicleta por todos os lugares , sem limites. Costumava ir até a biblioteca da Praça Panamericana, pedalando e me segurando na rabeira dos caminhões, um perfeito moleque, fazendo a minha mãe morrer a cada freada que ouvia, mas o anjo dos meninos sempre esteve de plantão.
Eu nunca falo deste assunto, e quando vem a tona, me limito dizer que acredito, e nada mais. Para alguns pode parecer uma febre, um delírio, mas para mim, uma realidade tão clara quanto a água que bebo.
- Viu mãe ?
- Sim , são discos voadores ! A voz quase não lhe saia .