REPENSANDO A VIDA
Genaura Tormin
É uma grande satisfação encontrar-me entre vocês.
Uma boa noite a todos!
Que tal falarmos hoje sobre a Vida, sobre a força do otimismo, o encantamento da partilha, a busca da felicidade?
Mas o que é a vida, afinal?
A vida é um estágio, um curso de especialização na matéria em débito, e o passaporte, com certeza, chama-se AMOR. Ela é feita de momentos ruins e bons, tristes e alegres, e, muito mais de renhidas batalhas para moldar o nosso temperamento, fazendo-nos crescer, conforme o nosso esforço para isso.
Nesse estágio, há também o estrelato que satisfaz o ego, eleva a auto-estima, acalenta o orgulho, a vaidade, a prepotência... Mas é efêmero, o que vale dizer que os mesmos degraus que nos elevam aos píncaros conduzem-nos aos calabouços. Ora, podemos dar as cartas, dar as ordens, ora, recebê-las e cumpri-las humildemente.
Aqui, estamos a serviço no desempenho de missões, muitas vezes tão difíceis! Por isso não dá para perder tempo. Temos que agir como cidadãos do mundo, co-participes na construção de um futuro melhor, pois pensar na coletividade é a melhor maneira de pensar em nós mesmos. Não vivemos sozinhos. Temos coadjuvantes, auxiliares e auxiliados.
Para o bom combate, como disse o apóstolo Paulo, é preciso buscar a harmonia com nós mesmos, com os que nos cercam, principalmente a nossa família, alicerce seguro de todas as conquistas. Legado de valores aos pósteros. É preciso erigir a auto-estima e o autoconhecimento que nos conduzirão, com certeza, a uma vida mais plena e, conseqüentemente, a uma sociedade mais justa e mais feliz.
Deus nos deu a vida e nos agraciou com muitas possibilidades para sermos felizes. Além de um coração transbordante, Ele nos deu a inteligência, o livre arbítrio e as ferramentas para a feitura de uma boa jornada. E muitas vezes, ficamos na ociosidade, reclamando de tudo, pintando de cinza o que poderia ser um arco-íris.
Carrega-se o peso das dores. Todos nós as temos. O importante é que saibamos transformar os tombos em belos passos de dança. Tudo tem o seu lado positivo. Se não houvesse trevas, não saberíamos valorizar a luz. Se eu não tivesse perdido os passos, não saberia valorizar o caminhar e tentar executá-lo de outras formas: com a mente, com o coração, com o olhar... Por isso, escrevi um livro.
Aproveito do ensejo para falar um pouquinho sobre mim, pois há muitos aqui que não me conhecem:
Eu sou a Genaura Tormin. Estou paraplégica há 24 anos. Tenho 60 anos de idade e somente 20 de cabeça, alicerçados pelo entusiasmo e pelo encantamento de viver.
Recebi uma dura sentença por crime que não cometi nesta vida. Mataram minhas pernas em mim. Mesmo assim, ainda corro atrás da vida para que ela não corra atrás de mim. Esforço-me para ser a campeã dos meus aprendizados. O meu coração é vivo e o sorriso aflora sempre até os cantos das orelhas. Eu estou viva!! Às vezes, quando estamos nos píncaros do sucesso, somos atirados inexoravelmente ao caos. É chegada a hora de uma marcante mudança de vida.
Foi o que aconteceu comigo!
Numa manhã de março acordei paraplégica, vítima de uma virose ou de um erro médico. Na realidade, um turbilhão de dificuldades nunca imaginadas. Uma jovem mulher reduzida a cabeça, seios e braços. O resto, morbidamente alheio ao meu comando: dormente como se não fosse meu. Perdi o meu ir-e-vir cheio de graça, de trejeitos. Poderia ter sido uma bailarina na vida, mas tive a vida para bailar, gingar até encontrar os meus próprios caminhos, lapidar os meus cantos, aparar as arestas...
Lógico que envidei muitos esforços para reverter o descalabro da situação. Sou guerreira de muitas batalhas para não ser escória de uma sociedade que, geralmente, só aceita os fortes, perfeitos e vencedores.
Consciente de que seria irreversivelmente uma paraplégica, preparei-me e classifiquei-me muito bem para o cargo de Delegado de Polícia de Goiás, e o exerci com presteza, durante 13 anos, ocasião em que, também por concurso público, ingressei no Judiciário Federal, atuando, hoje, na Diretoria de Serviço Recursos e Distribuição do Tribunal Regional do Trabalho do meu Estado, onde fui, inclusive, subdiretora.
Quem falou que deficiente físico não pode trabalhar? Ando de cadeira de rodas e trabalho. Conquistei até o título de “Servidor-padrão”.
Deficiência é uma parte natural da experiência humana. Mesmo que nos empreste um visual diferente e algumas dificuldades locomotoras, a mente sã cria soluções para tudo. O trabalho devolve-nos o sentimento de utilidade e supera a defasagem do caminhar.
Baseada no desafio, integro-me muito bem aos grupos de trabalho e luto por tratamento igualitário, mesmo por que, forjada a ferro e fogo, tenho por lema a coragem, e jamais me subjugo às subserviências em busca de protecionismo, benesse, sob o álibi da deficiência. Pelo contrário, preocupo-me em mostrar competência, conquistando respeito pelos meus próprios méritos. Sinto-me adaptada à vida! Sei que ela se adaptou a mim também.
De minha catarse, sou mestra. Já entendo que a cadeira de rodas é uma dádiva. Devoto-lhe gratidão. É por meio dela que ando, lido, participo da vida lá fora e nivelo-me aos demais.
Sartre dizia que o importante não é o que fizeram do homem, mas o que ele faz do que fizeram dele. Assim, estou tentando exercitar o aprendizado.
Tenho uma família que me ama e não me castra as oportunidades. Pelo contrário, é um nascedouro de forças, incentivos, que me fazem caminhar mesmo sem o uso das pernas. E isso é de importância vital. Talvez seja o segredo de todo o sucesso que tenho conquistado.
Sou escritora. Escrevi PÁSSARO SEM ASAS, já em 5ª edição. É um livro autobiográfico, corajoso, em que me desnudo, viro-me do avesso e conto ao leitor toda a minha trajetória depois dessa nova condição de ‘rodante’: avanços, derrotas, conquistas, aprendizados, até as verdades mais recônditas e inconfessáveis.
Relato tudo, não como uma história que haja acontecido no estrangeiro, mas um fato verdadeiro, acontecido aqui mesmo, entre nós, cuja protagonista não foi feliz para sempre como nos contos de fadas, mas faz-se feliz, viva e atuante. Mais dois livros: APENAS UMA FLOR e NESGAS DE SAUDADE, também foram editados. Neles, enveredo pelos veios da poesia para acalentar instantes, colorir a vida, fabricar fantasias e sentir-me inteira outra vez.
A vida continua. Ainda sou perseguidora de sonhos. As portas me fascinam. A vida ainda acontece inteira no meu coração. Acredito no amanhecer, no poder recomeçar a cada dia. Sou a síntese dos meus desejos, compilação de inércias estáticas, mas, ainda, uma inesgotável fonte de encantamento pelos amores, pelo belo, pela arte de fazer versos. Tudo é uma questão de disposição mental.
A gente não pode viver de passados. A ordem é reinventar a vida, fazer consertos, aplicar remendos e seguir em frente. É ser otimista! Ver tudo pelo lado positivo. Não há nada tão feio que não tenha implícito alguma beleza, nem tão belo que não tenha alguma feiúra. Hoje é o momento de agir, de semear! O tempo se esvai como num passo de mágica! É preciso aprender apenas a ser contente. Isso é o começo!
É necessário sermos fortes para conservar a compaixão, e não fazer do materialismo o nosso senhor, acarretando mais débitos, emperrando a evolução.
A maior coragem do homem não é escalar montanhas, nem ir ao fundo dos mares, mas mergulhar em si para conquistar a própria liberdade, conhecer-se, como dizia Sócrates. E isso é muito difícil. É mais fácil enfrentar um batalhão que enfrentar a si mesmo.
Superando limites, é possível transformar sonhos em realidade. O trabalho, com certeza, é a melhor forma de realizar essa conquista, pois além de significar a dignidade do homem, significa o exercício da afetividade, a maneira distributiva do bem.
A riqueza não é nociva à salvação. Se o fosse, o trabalho que a consegue seria condenável. E com certeza, viveríamos num mundo de miséria, fadados a doenças, lamúrias, sem progresso. É verdade que a riqueza é uma prova muito perigosa e, se mal administrada, leva-nos facilmente à soberba, ao orgulho, ao egoísmo, à sensualidade exacerbada, que nos farão esquecer o caminho de volta para a Casa do Pai.
O homem tem por missão o aprimoramento do globo, preparando-o para receber, alimentar e educar a população que sua extensão comporta. Razão por que precisa de riquezas para custear pesquisas, no sentido de desenvolver o progresso, a tecnologia, a cibernética, a relação entre os povos para troca de conhecimentos, incluindo aí a troca de solidariedade. É a riqueza que permite o recolhimento de impostos que se revertem em bem para a coletividade, de modo geral.
Não há igualdade distributiva de riquezas entre os homens da terra em razão de suas individualidades, no tocante à inteligência, aptidões e disposição para conservá-las. Isso é natural. Somos individualidades à parte. Cada um persegue os sonhos com maior ou menor vagar.
A riqueza é deslocada incessantemente para não se tornar improdutiva. Cada um tem a sua vez, possuindo-a a seu turno. Quem não a tem hoje, já a teve ou terá noutra existência, embora eu saiba que muitos de vocês não acreditam na reencarnação, o que eu respeito muito.
Mas se o homem aceitasse e compreendesse melhor a lei da reencarnação, não teríamos hoje tanta violência, tanta corrupção, tanta avareza: ricos enganando pobres, líderes religiosos enganando os mais humildes com promessas impossíveis, a troco de dinheiro, como se houvesse transporte de malotes de grana na rota Terra/Céu.
A Lei de Causa e Efeito é uma verdade e o maior tesouro que se pode construir aqui, resume-se no AMOR. Amor fraternal, conjugal, transcendental...
“Quando o discípulo estiver pronto, com certeza o mestre aparecerá”. Tudo é uma questão de disposição mental. Deus estando no centro de nossas vidas é o que importa.
Para perseguirmos o progresso, a paz interior, o primeiro passo é dar uma faxina na caixinha de pensamentos. Eles são forças poderosas! Sabemos que vivemos envoltos em energia. É isto mesmo, energia!!!
Ela tem um poder incrível. É fonte geradora capaz de transformações benfazejas ou não, conforme o patamar que a elevarmos.
O pensamento elevado funciona como força viva no caminho do bem. De certa forma, somos arquitetos do nosso destino. Tudo quanto operarmos pelo pensamento torna-se realidade. A altivez do espírito é medida pela coragem perante a vida. Precisamos principalmente aprender a perdoar a nós mesmos e aos que nos cercam.
O pensamento move a vida! Somos o que pensamos. Pensem nisso!
Se pensarmos em medo, em doenças, em problemas, tudo se instala, causando verdadeiras tormentas. Costumo dizer que as dificuldades só se tornam problemas quando as registramos como tais. Isso é decisão pessoal de cada um. É a maneira de ver as coisas. Observem a diferença:
Dois pobres encarcerados
Das mesmas penas culpados
Jaziam na mesma cela.
À claridade da lua
Chegam ambos à janela
Um vê a luz das estrelas
O outro a lama das ruas.
(Autor desconhecido)
Se a gente não pensar que quer sempre mais, fatalmente terá sempre menos. O homem só fracassa quando desiste de tentar. Todos os dias me levanto para vencer, disse Aristóteles Onassis.
Isso é um registro que deve ser anotado todos os dias no arquivo da mente. Mais amor, mais paciência, mais sorriso, mais beijos, mais elogios, mais afeto, mais trabalho, mais carinho... Trabalhemos a nosso favor! A felicidade não vem sem esforço. Devemos jogar fora tudo o que nos atormenta, causa-nos mal-estar. Uma faxina em nossa casa, para doar o que não mais estamos usando, é o ideal. Com certeza, esses pertences estão faltando na casa de outras pessoas, que os espera com ansiedade. Devemos criar um vazio para que as coisas se renovem. Estampar um sorriso no rosto, mudar, o penteado, mudar o jeito de trajar... Devemos nos encantar com nós mesmos, com as pessoas que estão à nossa volta... Essa é uma receita simplista, mas muito verdadeira.
E eu posso provar com a experiência que tenho, ostentando um corpo diferente. O que seria, se me auto vitimasse, se não procurasse o novo, a cada manhã? Se não elegesse listas de possibilidades e as tentasse experimentar a cada dia?
A gente tem sempre duas opções. Eu escolhi a melhor: desafiar as impossibilidades, tornando-me campeã de meus aprendizados.
Vale a pena o motivo que tolhe o nosso sorriso? Vamos exercitar a paciência! Kant dizia que a paciência é amarga, mas os seus frutos são doces. Vamos aprender a perdoar.
Quando há entendimento, a mágoa desaparece e não há necessidade de perdão. Ele vem sorrateiro, sem que percebamos. Tudo se reveste de paz, pois o bem se propaga em cascata. Vamos evitar ser analistas da vida alheia, espectadores do mundo, comentaristas do cotidiano. Vamos evitar ser desse tipo de pessoas que vivem a dizer: eu não disse!, eu sabia!, bem feito! Vamos evitar ser o professor sarcástico, pronto a escarnecer, a ditar normas ao léu, sem nada fazer.
Vamos evitar dar palpites desairosos. Pelo contrário, vamos incentivar, agradecer, sorrir, elogiar o certo, e, para corrigir o erro, sermos benevolentes. Vamos ser construtivos, amáveis, pois benfeitor é o que ajuda e passa. Amigo é o que ajuda em silêncio. Vencedor é o que consegue vencer a si mesmo.
Tentar ser bom é uma atitude mental que se pode praticar a qualquer hora. Às vezes, o silêncio é a melhor resposta. Felicidade é tudo o que está à nossa volta. Não joguemos a nossa fora. Vamos adubá-la com a nossa educação, com o nosso apoio perene e silencioso, com o nosso sorriso, com a nossa maneira de olhar, de conversar, de dar um bom dia agradável...
Tudo melhora quando nos melhoramos por dentro. Os conflitos estão dentro de nós mesmos, e a mudança é uma decisão, uma sentença. Caso contrário seremos prisioneiros dos nossos próprios pensamentos desequilibrados.
Vamos ser otimistas! Semear nossa coragem para poder encorajar o outro. Semear nosso entusiasmo, nossa fé, nosso amor. Semear pequenos gestos, que se tornarão afeto imprescindível na construção dos grandes feitos. Semear e confiar. Cada semente há de enriquecer um pequeno espaço de chão.
Pesquisadores da Clínica Mayo, em Rochester (EUA), confirmaram cientificamente que as pessoas otimistas vivem mais. Segundo os cientistas, a diferença entre otimistas e pessimistas pode chegar a 12 anos de vida.
“Não lamentes, não te queixes,
Pois a vida é um longo caminho,
Quem se alegra segue em grupo,
Que chora segue sozinho”.
Rui Barbosa, grande jurista baiano, diplomata, escritor, além de extraordinário orador, escreveu: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto...”
Pessoas que se deixam levar pela opinião da maioria, facilmente se envolvem na desonestidade com a justificativa de que “todo mundo faz”.
Somos espíritos livres e independentes, que sobrevivem à morte do corpo físico, e que receberemos das leis da vida, conforme as nossas obras. O plantio é voluntário, mas a colheita é obrigatória. Pensem nisso!
Não devemos permitir que essa onda de desonestidade e corrupção contamine o nosso espírito. Nossa testemunha de defesa será sempre a nobreza dos nossos atos.
Todos os bens materiais aqui adquiridos, aqui serão deixados. Faremos o caminho de volta sozinhos, cuja bagagem será apenas o bem ou o mal que tenhamos praticado aqui. Tem uma frase que eu repito sempre: “Quando os nossos pensamentos são leais, Deus nos auxilia”.
Realmente, as portas se abrem e tudo acontece para o bem. O amor flui envolvendo a tudo e a todos, formando uma aura de paz ao nosso redor. Quando nos reconciliarmos com tudo e com todos, nada teremos a temer, pois nada nos fará mal. O amor é uma vacina que nos imuniza contra os males da vida.
Construímos ou reformamos casas, carros, roupas, e tantas outras coisas... Por que não procedermos a uma reforma no nosso interior? Tudo muda quando mudamos por dentro. Chega um momento em que ficamos tão felizes, tão felizes, inundado de paz, e não sabemos o porquê. É que mudamos a maneira de pensar. Uma limpeza geral na casa dos pensamentos faz a diferença: quadros pelas paredes, janelas abertas, flores para enfeitar, versos, sorrisos... O homem é aquilo que pensa, repito. Temos medo de mudanças...
Vamos tentar mudar! Asas existem para voar, e voar alto, voar longe... Vamos observar se as nossas não estão se atrofiando. O infinito é o limite na escalada do bem a si e aos outros.
Vamos planar nesse azul, nessa imensidão onde as estrelas fazem moradas. Aprendamos a ver a natureza prenhe de flores e frutos, o céu, a lua, os campos floridos, a periodicidade dos rios, o cantar dos pássaros... “Não há progresso sem mudanças. Quem não consegue mudar a si mesmo não conseguirá mudar coisa nenhuma.”
Para tudo há uma solução que está intrínseca dentro de nós mesmos. O medo, a insegurança, o pavor de perder são inimigos diários que devemos enfrentar com uma só ação: CORAGEM!
O coração e a intuição são os nossos mestres! É a voz de Deus dentro da gente. Devemos segui-la sem medo de errar, desde que os feitos se enquadrem nos parâmetros da dignidade e da justiça. Não estamos sozinhos na caminhada. Comecemos sempre o nosso dia de bem com o mundo! Vamos dar um sorriso, respirar fundo, e repetir em voz alta: Terei um ótimo dia! Sou filho de um Deus perfeito e maravilhoso, portanto sou capaz de vencer todos os obstáculos!
Presenciamos muito no dia-a-dia: “os revides, as revanches, o não levo desaforo pra casa, as desforras, o tomou-levou”... Isso não leva a nada.
É preciso que sejamos diferentes, donos de nós mesmos. Não devemos nos curvar diante da mesquinharia, do mau humor ou da raiva dos outros. Podemos nos levantar acima desses impropérios, justificando a evolução do nosso espírito, além de plantar uma fagulha de amor que, com certeza, multiplicar-se-á em flores e frutos.
Devemos ser multiplicadores da paz. Quando não dá, o silêncio, a educação, a polidez são as melhores armas. Temos o hábito de culpar os outros por nossos desacertos, sendo que a falha está em nós mesmos.
Se tentarmos mudar os pensamentos, notaremos que o nosso olhar transmitirá a plenitude do amor, o encantamento pela vida. Tudo fica bem para quem pensa bem, para quem acredita na grandeza de Deus e na imensidão do universo.
Tudo fica bem para quem é capaz de sonhar e realizar os sonhos. Charles Chaplin dizia: Quando deixares de sonhar, poderás continuar vivendo, mas com certeza, terás deixado de existir.
Mesmo que enfrentemos etapas difíceis, e os objetivos pareçam impossíveis, devemos firmar os pés e não abandonarmos a esperança e a fé. Não devemos pôr em segundo lugar o poder de ação, a valentia do coração. Em qualquer situação, devemos confiar na força interior. Devemos acreditar que as dificuldades têm brechas, fendas e nelas devemos colocar as cunhas, os apoios do nosso ânimo. E após, bater com força até que mostrem as vitórias. As dificuldades cedem terreno ante a força de um ânimo determinado.
Viver com confiança e otimismo é abrir as portas para a paz e a felicidade!
O segredo é mesmo vigiar os pensamentos, mantendo-os numa faixa elevada. Vamos exercer o ofício de jardinagem, ajeitando nossa vibração mental como se fosse um jardim florido e perfumado.
Vamos sentir o cheiro da terra molhada, a fragrância das flores, a balada da brisa na fronde das árvores. Vamos assumir a nossa responsabilidade, tentando fazer o melhor perante a vida e perante Deus.
Quando nos sentirmos em paz com a nossa consciência, alegres e felizes, todas as outras coisas convergirão para o nosso bem. Estaremos começando a ser vencedores.
Por isso eu
DESEJO
Que o coração não guarde rancor.
Que o sorriso seja sincero,
Terno e verdadeiro.
Que as intempéries do caminho
Signifiquem lições de vida,
Degraus para o progresso.
Que a música seja a paz
Para os encontros com Deus
E com nós mesmos.
Que floresça sempre
A criança que há em nós.
Que os amores contenham magia,
Encanto em cada encontro.
Que os olhos possam mirar a vida,
Dispostos a multiplicar o bem.
Que a cada amanhecer,
Seja sempre um novo recomeço,
Onde alma dance na luz,
Na harmonia...
Na alegria de viver.
Que em cada contato,
Em cada diálogo,
Fiquem as marcas benfazejas
De novo aprendizado.
Que nos momentos de solidão e cansaço,
Esteja sempre presente
A certeza de que tudo passa,
Tudo se renova...
Que o coração voe contente,
Para que o amor floresça
Apascentando o espírito,
Renovando as energias,
A força e a fé.
Que a brisa da bondade
Seja a parceira inseparável.
Que os pensamentos equilibrados
Sejam o comando da jornada.
Que o amor seja a meta,
A tramontana, a estrela-guia,
No galope da existência.
Que as trevas transformem-se em luz,
E os trôpegos passos,
Em alegre dança renovadora.
Somos guerreiros!
E na aljava, o amor,
A justiça e a felicidade.
Obrigada!
Palestra proferida por Genaura Tormin para um grupo de médicos, em Goiânia-Go.