A menina do Café Linkest
Os cafés tem tomado conta da cidade. Não um tomar por dominar, não é um tomar conta de modo opressor, com uma ocupação dos espaços, como forma de dominação e de poder. Não, não é neste sentido. Mas como um espaço de convivência e conveniência, com ares de calma e tranquilidade. Uma mudança no comportamento social, ou um resgate dos antigos hábitos. A moda sempre volta, com algumas alterações, mas volta. Os cafés tem tomado conta das cidades, e o povo toma e ocupa os espaços do café. Saberes e sabores com apenas um café. Com os novos cafés das novas cafeterias pode ser necessário ter um conhecimento para pedir um simples café (Saberes e Sabores: Café. O Jornal de Hoje. Natal/RN em 09/12/2013). Sabores e conhecimentos intensificados ao misturar leite (Saberes e Sabores: Leite. O Jornal de Hoje. Natal/RN em 16/12/2013).
No século passado foi moda e costume frequentar cafés. Um hábito importado, associado a principal produção agrícola nacional, denominado como ouro verde. A história do Brasil pode ser classificada por ciclos, como o ciclo do ouro e o ciclo da cana de açúcar. Com os donos do ouro, um grupo tinha o açúcar e o café nas mãos e nas xícaras. Café e açúcar, símbolos das exportações e movimentos de embarques marítimos, telas pintadas destacando estivadores carreando sacas em direção à navios.
Frequentar cafés ou tomar café podia conferir status de capital financeiro e capital intelectual. Enquanto possuidores de capital financeiro tomavam seus cafés em casa em xícaras de porcelana e bules de prata, com água fervida em chaleiras de bronze, outros tomavam café na rua. Outros estavam nas ruas: os literatos e intelectuais, a fim de trocar ideias e obter o conhecimento. Não é só o poder que emana do povo, mas a cultura e o conhecimento também. Um conhecimento que circula pelas ruas (serie de textos que vem sendo publicada no “O Jornal de Hoje” em Natal/RN).
Históricos personagens e escritores da poesia e da literatura tomaram café nas ruas. Os denominados cafés eram frequentados por literários, e ali falavam sobre política, contavam e discutiam seus textos e ideias. Como o Brasil é um país tropical, os cafés eram encontrados em esquinas e com portas abertas, com cadeiras em varandas e nas calçadas, sem a preocupação de ventos frios e temperaturas muito baixas. Era comum ver da rua, os frequentadores dos cafés. Reconhecer seus hábitos e suas vestes. A linguagem do corpo ao tomar um café.
A moda evolui e o gosto é popularizado. O café popularizou e atingiu outras classes sociais e outros intelectuais. Outras modalidades de comércios passaram a servir café. Botequins e padarias passaram a oferecer café, um café apressado para uma pausa no trabalho, ou um café corrido quando pela manha não foi possível tomar o café da manha em casa. Muitas empresas admitiram manter o café em suas dependências, talvez evitando grandes ausências de trabalhadores que saiam com a desculpa de tomar um café. E o café foi incorporado na cultura social e empresarial. Ao longo do tempo algumas classes sociais fizeram um up grade em seus modos de tomar café. Saberes e sabores estão relacionados. Alunos bem alimentados tem um melhor rendimento escolar, enquanto alunos com maiores saberes e bem informados, evoluem suas preferências com novas gastronomias, arriscando novos sabores.
Hoje os cafés são outros, e ainda é difícil de definir uma modalidade. Há cafés, café e cafés. Cafés com musica, com computadores e até com poesias. Do coffee shop ao café de garrafa térmica oferecido em barrancas e barracas, em esquinas próximas a grandes aglomerações de trabalhadores. Algumas modalidades lembram os cafés antigos. Continuam misturadas as letras. Letras escritas e impressas em livros e revistas, e letras ainda por serem impressas em papeis diversos, em lan houses com computadores, acesso a internet, com copias xerográficas e impressão, em papeis e olhares, em versos e reversos.
Café normalmente é bem quente, e por vezes muito quente, e não dá para tomar de apenas um gole. O ideal é tomar em goles espaçados para não queimar a boca e não queimar a língua, em sentido conotativo ou denotativo. Enquanto se toma o café em pequenos goles com pausas entre eles, o ideal é conversar com quem acompanha o café ou faz uma simples companhia. Conversas e ideias surgem em um café. Amizades e conhecimentos acontecem em um café e podem ficar algumas marcas como a menina do Café Linkest.
A Menina entrou no Café com um leque de conhecimentos e gostos próprios pela gastronomia. Antes de entrar no Café Linkest já construirá boa parte dos seus saberes. Com seus conhecimentos de TICs, não se apresentavam os tiques nervosos. Com um histórico de pessoa ligada, antenada e conectada, estava pronta para novos links. E como saber não tem limites deixou sua rede aberta para novos conhecimentos. Uma cabeça cheia de conhecimentos ao estar em frente a novas informações é tal como uma tigela cheia. Novos conhecimentos se misturam aos conhecimentos e informações já existentes e transborda. Um transbordar que alcança aqueles que estão a sua volta,
A Menina entrou no Café Linkest, escaneou o ambiente em 3D com os olhos. Sentou, e pediu um café. Com um novo olhar transpassou caixas cranianas e observou que haviam serem dotados de alguma inteligência, tinham um sistema configurado de processadores e HDs internos e externos. Seus componentes internos eram dotados de cérebro e cerebelo linkados com o Universo, um link
quase um Wi-Fi. Estavam ligados ao Universo em um sistema com tênues fios invisíveis, que os espíritas chamam de perispírito. Aqueles seres ligados com o universo possuíam equipamentos periféricos que no máximo conseguiam buscar informações armazenadas em nuvens. Usavam equipamentos periféricos como note book e net book, muitos possuíam nas mãos um tipo de hand book, e pareciam se comunicar com seres ausentes ou distantes dali.
A Menina do Café Linkest estava em busca de novos links que pudesse considerar Best. Passou pelo Café para fazer recaras em cartões magnéticos, e como uma navegadora cibernética deixou seu histórico de navegação: em blogs e sites, em portais e redes sociais. Em um banco de café mostrou seu banco de dados de atividades e conhecimentos.
R. Cardoso Desenvolvedor de Komunicologia RM/KRM IHGRN/INRG rcardoso277@yahoo.com.br
Texto disponível em
http://www.publikador.com/cultura/maracaja/2015/05/a-menina-do-cafe-linkest/
http://mirnasemarinas.blogspot.com.br/2015/05/a-menina-do-cafe-linkest.html
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