SALOMAO. UM HOMEM MUITO ESTRANHO

La na CSN onde trabalhei por vinte e cinco anos, conheci entre tantos outros um homem chamado Salomao.

Um negro magro e alto que nao era de muita conversa e se voce insistisse

ele te deixava falando sozinho. Era o meu parceiro la na area de enbalagem de folhas de Flandres naqueles dias da minha mocidade.

Era eu um garotao no auge dos meus 21 anos cabelos compridos, corpo atletico, adorado pelas muitas mulheres que trabalhavam na sala de escolha, onde elas retiravam dos fardos as folhas danificadas.

Salomao na hora da refeiçao, enquanto na maior algazarra nos reuniamos no refeitorio, ele se recolhia e tomava as suas refeiçoes la no deposito de papelao da embalagem.

Meu saudoso tio Benicio que na epoca era o nosso encarregado contava que uma vez preocupado com a sua ausencia foi procura lo no beco onde morava sozinho em uma quitinete.

A proprietaria da quitinete uma senhora gorda e patusca contou que ele so se comunicava com ela no dia do vencimento do aluguel, quando ele lhe entregava o dinheiro e em seguida se retirava.

Ele era uma verdadeira maquina de trabalhar, parecia nao se cansar nunca. O mais estranho foi que um dia la no deposito de papelao eu o surpriendi dançando sozinho.

Ele ficou tao encabulado que eu logo me retirei e nunca contei aos demais colegas o que presenciei naquele dia.

Algum tempo depois da minha aposentadoria, eu o vi no centro da cidade,mas nao nos falamos, certamente ele teria fugido de mim.