O Simples Doméstico e sua Complexidade
Mesmo com um prazo de 120 dias para entrar em vigor, a partir da sanção presidencial, o governo não foi capaz de disponibilizar o sistema em tempo hábil para o processamento dos serviços relativos ao empregador e empregado. Primeiro a polêmica do cadastramento, com frequentes inconsistências do sistema, impedindo sua finalização. Depois os problemas se repetiram, dificultando a geração da guia única de recolhimento, o DAE, Documento de Arrecadação do ESocial, provocando um verdadeiro estresse ao contribuinte que deseja cumprir seus deveres no devido tempo, sem incorrer em pagamento de multas.
Diariamente, víamos na televisão, a indignação das pessoas pela ineficiência do serviço do governo, bom para exigir da iniciativa privada e mau para cumprir seu papel. A alegação geral era a de que o “Simples” não tinha nada de simples, pois se tornou numa extrema complexidade. E o que foi prometido para o dia 26 de outubro foi prorrogado para o primeiro de novembro e ainda assim o sistema apresentava inconsistência. Depois de inúmeras tentativas, resolvi deixar de “brigar com o computador”, para não aumentar a minha irritação. Hoje, felizmente, consegui gerar a tão esperada guia, quando já não estava mais acreditando no sucesso.
O cidadão comum tem de fazer tudo no devido tempo, sob pena de ser multado pelo atraso, enquanto a máquina oficial, que deveria ser a mais eficiente, entrava repetidas vezes. E o “Simples” que deveria ser simples tem um Manual de 38 páginas. E haja complexidade nesse “Simples”.