CADERNOS ANTIGOS... 15h40min.

Como fora previsto, os dias deste final de semana prolongado seriam de muita chuva. O que fazer, além de compartilhar as atividades do próprio lar? É certo para quem “fica” as opções são muitas, entretanto, “nós” preferimos escrever um pouco, lembrando alguns fatos de nossa própria vida...

Cadernos antigos, quem não os tem? As anotações podem ser as mais diversas, o nosso, porém, são anotações de nossa pequena empresa, que por motivos vários deu seus últimos “suspiros” em setembro de 1998...

Após os quase três anos da implantação do Plano Real, em que uma crise financeira afetou diversos seguimentos, em função que o país estava condicionado a longos anos a uma “cultura” inflacionária, uma nova realidade foi surgindo de modo repentino e porque não dizer permanente; os estoques da empresa não mais “valorizavam”, as vendas se tornaram “reais” e não “movidas” pela inflação...

Naquele ano de 1996, no segundo semestre, os juros do cheque especial, de nossa empresa, ultrapassaram a 12 salários mínimos, (R$112,00); o que nos levou a procurar um acerto com Banco e parcelar o débito do cheque especial; com mais algumas providências; cortar no máximo as despesas, e tentar um novo recomeço...

Segundo as anotações do antigo caderno, no último dia do mês de março, - de 1997- parecia que as coisas estavam se normalizando: se vendeu naquele mês um pouco mais de nove mil reais, o estoque com mais de 14 mil reais, quanto aos recebimentos somavam um pouco mais de sete mil reais e os débitos não ultrapassavam este valor...

Mas, apesar todo este nosso esforço, em setembro de 1998, definitivamente por vários fatores, fomos obrigados a parar com as atividades da pequena empresa; os que atuam no comercio estão diante de desafios permanentes, equilibrarem a receita e a despesa, se esta “receita” é estendida a todos os setores da economia, certamente também o é ao Estado, de lida com os gigantescos números da macro-economia; se os governantes gastam além do que arrecadam, caem no “cheque especial”, que é a rolagem da divida pública, acrescida cada vez com os pagamentos de mais juros que fará falta na Saúde, Educação, Transporte e Segurança Pública etc...

Cadernos antigos, eles podem nos fazer uma viagem ao passado, com lembranças boas ou más, tudo dependerá das anotações...

Para uma tarde chuvosa, que nos torna mais apáticos, acreditamos que já “falamos” demais, e não queremos “cansar” nossos leitores com “lamúrias”...

Um bom feriado. 17h32min. Curitiba, 31 de outubro de 2015 - Reflexões do Cotidiano - Saul http://mensagensdiversificadas.zip.net

Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 31/10/2015
Código do texto: T5433618
Classificação de conteúdo: seguro