Eu me perdôo.

Por todas as vezes que me calei, quando o que me cabia era gritar.

Me perdôo pelo soluço e o silêncio antes de me deitar, pela mensagem sem resposta, e pela resposta que se fez desconfiança.

Que me perdoem às palavras ensaiadas no banho, para serem ditas, mais que perderam a força, e à coragem.

Que me perdoe às ofensas a mim feitas e aceitas, as duvidas não esclarecidas, por medo das verdades.

E as dores não expostas que ficaram brandas com o passar dos dias, porque quando não é dita, as dores se tornam toleráveis .

Que me perdoe às manhãs, que eu não deixei o sol nascer.– em mim.

Que perdoe meu espírito por não ter lhe dado paz

Que me perdoe minhas desculpas, por não terem sido convisentes, minhas mentiras por não serem acreditadas, e meus silêncios por não serem ouvidos.

Eu sou filho do silêncio, é mereço perdão.