Pessoas Cactos

Tento compreender, ser gentil, tratar com carinho, como de praxe. Quem me conhece sabe do que estou falando. Sou capaz de dar o outro lado da face para apanhar, se tiver a certeza, que a paz vai ser restabelecida. Acreditem, e isso numa boa. Não sou santa, sou comum, só não gosto de ruim. Gente que vive no avesso todo o tempo, mal amada, cabisbaixa, e aí morde tudo e a todos. Dentro da escola, também encontramos pessoas Cactos. O que fazer para agradar ou tranquilizar esta gente? Nada serve. E o pior, vive por aí, perto de nós, mostrando os dentes e as garras. Qual a motivação? Eu não sei responder, até já tentei. A luz do Sol incomoda e a chuva também. O dia é chato e a noite também. São insuportáveis. Não dão para abraçá-las e nem beijá-las. Olhando de fora, parecem secos, inóspitos. Não se enganem, por dentro, corre um líquido perigoso: veneno. Pessoas Cactos, são venenosas, têm olhos que secam pimenteiras e matam amizades. Agora eu sei o porquê de tanta solidão. Afastam todos que se aproximam. Matam a alegria e querem disseminar a melancolia. Cruz credo. A amargura dentro deles é destrutiva, não combina com o ambiente educacional, que trata de formar cidadãos. E no meu entender, o cidadão precisa aprender a ser feliz. Mas as pessoas Cactos acordam de mau humor, não dão bom dia, boa tarde e boa noite. Não pedem licença e nem, por favor. Andam rápidos pelos corredores da escola e da vida, pisando firme, mas nos outros. Deixam seus rastros em meio às lágrimas e xingamentos e colegas e alunos infelizes. Provocam a ira dos demais ou piedade, a depender do preparo emocional de cada um. São doentes da alma e do corpo, que não aguenta tanta pressão. Por isso sofrem de diversas enfermidades. Fujam das pessoas Cactos. Caso teimem em ajudá-las, não se esqueçam de vestir um uniforme, sorry, vestir armadura e resistente. Depois não digam que eu não avisei.

Educadora Cris Souza
Enviado por Educadora Cris Souza em 30/10/2015
Reeditado em 09/10/2016
Código do texto: T5432541
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