O quê?
_ Num repara a bagunça não.
_ Tá, mas meu pescoço vai doer de tanto olhar pro teto.
_ Porque você vai olhar pro teto?
_ Porra, só lá não tem bagunça!
_ Vai se fuder, pode reparar então, porra!
_ Para de falar tanto palavrão, caralho sô!
_ Vai a merda e pega o violão aí!
_ E se eu não quiser.
_ Pegar o violão?
_ Não, ir a merda!
_ Vai ver se estou na esquina!
_ Onde?
_ Na esquina.
_ Não pô! Onde está o violão.
_ Embaixo.
_ Da cama?
_ Não! Do seu pé!, É lógico que é da cama, burro!
_ Burro é seu pai!
_ Não fale assim do burro eim cara!
_ Olha ele aí.
_ O burro?
_ Não lerdo!
_ Meu pai?
_ Não burro, o violão!
_ Pega então.
_ Tá, vamo embora?
_ Vamo! Mas o que agente veio buscar?
_ Não lembro, olha se é alguma coisa que está na gaveta ou em baixo do violão, da cama, em cima do armário, sei lá!
_ To achando nada, esse bagulho ta acabando com minha memória.
_ Com a sua o quê?
_ Não lembro.
_ Vão bora?
_ Bora então uai!
_ Cara agente não veio buscar o violão?
_ Ah é, é isso mesmo.
_ Cadê ele?
_ Num sei!
_ Deixa pra lá, vamo embora!
_ Pra onde?
_ Num lembro...
_ Então vamo assim mesmo!
_ Bora!