Gente Humilde

Difícil alguém não se emocionar com a música, "Gente Humilde", de Chico, Vinícius e Garoto. Ela retrata com perfeição o nosso povo humilde, o povo de Deus, aqueles que de fato são o sustentáculo da nossa nação, os anônimos que conseguem sobreviver em meio a tantas dificuldades.

Sempre convivi com essa gente humilde. Desde criança sempre preferi a companhia do povo simples, uma opção de vida que preservo até hoje. É claro que em muitas ocasiões fiquei triste com o povo. Cheguei até, pasmem, a rotular os pobres de alienados. Como se eles tivessem culpa de não possuircultura política. Como se essa cultura política fosse algo fundamental. Quando o importante ara eles não é a política mas a fé. E o povo tem fé de sobra. Há quem diga que há mais margnais dentre o povo pobre. É um absurdo, talvez exusta em número porque a maioria da população é pobre, mas se medir isso por percentual se verá que o percentual de ricos marginais, bandidos e ladrões é muito, mas muito maior.

Mas não quero discutir aqui política ou ideologia, nem muito menos dissertar sobre as agruras do povo. Apenas quero ressaltar algo que me fez de uns tempos desses para cá rever algumas das minhas "certezas": a de que a religião, principalmente as de resultados, era o ópio do povo. Fiquei balançado quando comecei a constatar que,apesar dos vigarismos, ela é sim importante para os pobres porque é a sua sociedade, o seu clube,o seu ancoradouro, o lugar onde eles se sentem gente, importantes, o porto que lhe dá forças para enfrentar suas dificuldades. Dói constatar isso, as religiões dão aos pobres o que a sociedade, os governos e as ideologias não conseguem dar: o sentimento de que são gente.

Dia desses, levado por um sobrinho fui a um bairro afastado, um local que dizem ser barra pesada no Recife, fui com ele comer, pasmem outra vez, o melhor cozido da capital pernambucana. Juro. Quando desc do carro dele encontrei um conhecido que vinha pela calçada com a esposae uma filha, todos bem vestidos, era um sábado, mais um menos meio-dia. O cara com a Bíblia debaixo do braço, vinham da igreja, felizes, alegres, satisfeitos, se sentindo gente, com as forças retemperadas. Ele é um cara que coloca todos sdias uma carroça de vender picolés,confeitos, refrigwerantes, espetinhos... Um trabalhador. Foi logo mechamando de "abençoado", sempreme chama assim, me apresentou orgulhoso sua esposa e filha, conversamos alguns minutos e ele foi embora com a família, felizes. Lindos.

Depois de comer o cozido, na volta no carro, não tirava da cabeça aquela família feliz, muitomais feliz do que uita gente que tem muito dinheiro, aí lembre de um verso da musica famosa: "E eu, que não creio, peço a Deus,/ por minha gente,/ É gente humilde,/ que vontade de chorar". Adoro a gente humilde. Inté,

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 28/10/2015
Código do texto: T5429625
Classificação de conteúdo: seguro