QUE INDONÉSIO É ESSE?

QUE INDONÉSIO É ESSE? Por Olavo Nascimento – 30/01/2015

No último dia 18 de janeiro, o carioca Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi executado na Indonésia por um pelotão de fuzilamento, depois de passar mais de uma década no corredor da morte por tráfico de drogas, uma vez que os dois pedidos de clemência possíveis pela legislação daquele país não foram acatados. O brasileiro, que trabalhava como instrutor de vôo livre foi preso em agosto de 2003, após tentar entrar no país pelo aeroporto de Jacarta, com 13,4 kg de cocaína escondidos em uma asa delta.

Mas que indonésio é esse? O Sr. Lee Kuan Yew assumiu com mão de ferro o comando da Indonésia e, em seis meses, dos cerca de 500 mil presidiários sobraram apenas 50. Todos os outros, criminosos confessos, foram fuzilados. Todo homem público corrupto (político, policial etc.) foi fuzilado por existirem muitas provas contra eles. Todos empresários ladrões foram fuzilados ou fugiram rapidamente do país. Aquela multidão de drogados que ficava dormindo nas ruas, fugiu desesperadamente para a Malásia, para não ter que trabalhar ou seriam fuzilados.

Havia uma mensagem na televisão onde o novo governo avisava que o país estava com câncer e que a única solução era extirpá-lo. Dizia a mensagem: “Se algum parente seu foi extirpado, compreenda, ele era um câncer para a nação.”

Depois de ter feito toda a limpeza no país, reorganizado o sistema político, judiciário e penal, esse militar convocou eleições diretas, candidatou-se para presidente e venceu o pleito com 100% dos votos.

Hoje, a Indonésia é um dos países mais seguros de se morar e um dos mais desenvolvidos, superando inclusive os Estados Unidos, Inglaterra ou Israel em termos de segurança. Já no avião, a ficha de desembarque tem um “DEAD” (morte) bem grande em vermelho, explicando da penalidade sobre o porte de drogas. Qualquer droga. Com zero vírgula de cocaína ou outra droga encontrada com o sujeito, este é sumariamente fuzilado ou condenado à prisão perpétua com trabalhos forçados.

Não só eu, mas milhões de brasileiros gostariam e clamam para que um dia, a providência divina coloque na autoridade máxima deste país, um cara determinado, radical e cumpridor das leis como esse indonésio Lee Kuan Yeu. Já sou fã dele.

Mas acredite que no meio desses milhões de brasileiros que vivem sobressaltados, temerosos e inseguros no seu dia-a-dia, está uma pequena parcela de incompetentes, bandidos e corruptos que dirigem este maravilhoso Brasil. São políticos e dirigentes que legislam em causa própria, preparando leis cheias de saídas e de caminhos para a impunidade de que tanto precisam.

Basta ver o que aconteceu no "Processo do Mensalão", finalizado praticamente há dois anos. O presidente do Supremo Tribunal Federal (Ministro Joaquim Barbosa e relator do processo) pediu aposentadoria logo após as condenações, sem revelar o real motivo dessa atitude, mas que a gente imagina por que. Foram condenados executivos de bancos estatais, diretores de agências de propaganda e de empresas privadas, dirigentes partidários e políticos. Desses elementos, a maioria dos políticos e partidários (e apenas esses) já está solta.

Sabe por quê? Porque, além de ter foro privilegiado concedido por um Congresso desmoralizado do qual ele faz ou fez parte -provavelmente votando olhando para o seu próprio nariz- este poder judiciário máximo da república é montado exatamente por ministros indicados pela Presidência do país. Ministros que, na maioria dos casos, são comprometidos com a mesma corrente política de quem os indica e com a maioria do Congresso que os aprovam.

Coisas absurdas que a gente está vendo em toda parte do país, somente Deus e um cara como esse Lee Kuan Yew podem dar jeito. O mal maior está exatamente na impunidade. O bandido sabe que não vai ficar preso por matar alguém e o corrupto, geralmente com o dinheiro roubado, tem condições de contratar renomados advogados para defendê-lo. Mas tanto o bandido, como o corrupto, o traficante, o agressor, o vigarista ou qualquer outro fora da lei, têm medo da cana dura, quando ele sabe que a cana é dura mesmo.

Por isso, se qualquer dia aparecer um cara desses por aqui (Ah! Que bom seria isso!), que faça cumprir a lei sem olhar pra quem, as coisas vão melhorar. Mas sei que isso é uma utopia, um sonho irrealizável. Infelizmente, perdi as esperanças após a Presidente Dilma tentar libertar com ferrenha insistência um traficante internacional de drogas pesadas e proteger a Presidente da Petrobras após a comprovação do envolvimento de seus dirigentes nos escândalos.

E o pior de tudo: tanto ela como agora, como Lula no processo do mensalão, sempre alegaram na maior cara-de-pau e de pés juntos, que nada sabiam sobre os escândalos; mesmo com o José Dirceu trabalhando ao lado do ex-presidente e a Maria das Graças Foster sendo na época, subordinada à Presidente do Conselho de Administração da empresa que era exatamente a nossa atual dirigente máxima. E somos obrigados a engolir esse angu podre...

Assim sendo, na falta da realização desse sonho, o jeito é continuarmos rezando para que Deus nos acompanhe todos os dias na saída e na volta para a nossa casa.

E que Ele nos abençoe e continue conosco.

Que assim seja.

P.S.: Já pensou um indonésio desses comandando o Brasil?

POETA OLAVO
Enviado por POETA OLAVO em 27/10/2015
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