Desabafo e Prazer

Escrevo minhas maltraçadas quase por vício, um vício que considero positivo. E também porque é um meio de dar vazão aos meus sentimentos. Uma forma também de me comunicar com pssoas fora do meu círculo de amizades. E faço isso como se meu escrito fosse uma carta que se coloca numa garrafa e se joga no mar. Se alguém encontrar e ler, tudo bem, ótimo; se não, paciência, pelo menos tentei e isso já me gratifica.

Não sei os outros, mas eu escrevo de vez, na hora que nem caldo de cana. É claro que já tenho em mente os assuntos. Mas há um detalhe: tudo depende do momento que vou escrever. Por isso as minhas maltraçadas se dividem em dois tipos, os desabafos e os escritos leves. Nos primeiros explicito as minhas indignações e defendo as causas que acredito, às vezes de modo passional, admito; as outras são minhas reminiscências, causos que vivi, coisas do cotidiano, sentimentos e, não raro, apologia ao romantismo, escrita leve, sinto mais prazer nessas. Mas não desprezo os desabafos e nem me arrependo.

Sei que tanto os desabafos como as croniquetas leves não têm valor literário nenhum. Digo isso com certa "otoridade" de quem lê muito e sabe o que é literatura e o que não é. Mas para mim o escrevinhador comum, o caçador de ticacas como é o meu caso, tem o direito de exercitar a escrita e com o tempo vai melhorando, não chega a ser escritor, mas participa, tenta, luta, faz aquilo que gosta, sacia o vício (meu caso). Sim, escrever, hermanos, faz parte do acanhado e obscuro show da minha vida.

Escrever, portanto, não é privilégio apenas dos mais vocacionados we talentosos, dos intelectuais, mas de todo aquele que sente prazer em escrever. É o que faço pego o meu pobre escrito boto dentro da garrafa e jogo do mar da internet do Recanto. Se por acaso alguem dá uma lidinha e comenta fico bestinha, se não só eu mesmo vendo na telinha o escrito já fico também bestinha. Eu sou assim, um sujeito meio besta. Graças a Deus. Inté.