MAIS SOBRE KIRIMURÊ
Indignado com a desinformação, assisto hoje pela manhã uma reportagem na TV Bahia (afiliada da Globo em Salvador) uma repórter assegurar para os telespectadores que a Bahia de Todos os Santos era chamada de Kirimurê (segundo ela, “Grande Mar Interior”) pelos tupinambá que habitavam o seu entorno. A propósito, não se pluraliza nomes de nações indígenas. Para nós educadores é lamentável observar desinformações compiladas por aqueles que deveriam informar com clareza à população da nossa “pátria educadora”. Nem pela etimologia da palavra Kirimurê (que não tem característica alguma de tupi) Possui esse significado.
Em tupi, temos as palavras “paranã”, para mar e “pará”, para rio caudaloso. Os tupinambá tinham a baía como uma continuação do rio Paraguaçú e por isso mesmo a denominavam Paragûasú (rio caudal grande), de onde vem o termo “Mar Grande”, denominação de uma localidade situada na Ilha de Itaparica.
Prezados colegas e amigos tupinólogos, falantes e estudiosos da língua tupi de todo o Brasil, falantes do “abánhe’enga” (língua de gente, como era conhecida a língua falada pelos tupinambá) essa é a cultura que é passada pelos meios de comunicação para a nossa população.
“Quinimuras, nome que alguns escritores tomam como apellido de uma nação do gentio da Bahia, no século XVI. Em verdade, nada mais é do que a erronia do nome Caramuru, que alguns franceses da quelle tempo escreviam Quirimure. Veja-se A. Thevet – Singularitez. (Em: Sampaio. Theodoro, O Tupi na Geographia Nacional)”