CAPITALISMO SELVAGEM

O Capitalismo nada mais é que a defesa dos direitos individuais à vida, propriedade e liberdade, mas de forma arrogante e massacradora, onde só alguns sobressaem. É evidente que há muitas pessoas confrontando estes valores diretamente. E há muitas outras defendendo até morrer.

O sistema capitalista é prolixo e equivocado, recheado de palavras de significado vago, mas convincente aos despreparados de plantão. E os hipócritas que sabem da tramoia ideologicamente planejada. São apelos à emoção e inversões de valores que vão arrastando vidas humanas, envolvendo culturas, línguas, religiões, educação, políticas, em nível universal. Às vezes isto é intencional, às vezes apenas reflexo de um pensamento igualmente difuso e equivocado, mesmo que bem intencionado, se é que há boa intenção na essência do sistema. De vez em quando, no entanto, os termos que o sistema capitalista sugere expõem muito mais sobre suas premissas do que o sistema prevê, ou gostaria.

O princípio capitalista é uma realidade cruel entre o convívio humano e a obrigação de se dar bem tendo capital. A desumanização que aparelho capitalista financia é gritante. É um sistema realmente selvagem, competitivo e desumano. A vida humana sob o Capitalismo é de produção e troca voluntária de riqueza. Existe uma quantidade determinada de frutos nas árvores da floresta, se um animal se alimenta, exclui o outro. Para um ganhar, o outro tem de perder. Animais são irracionais, a força física é o único modo de disputa. O sistema também age com essa mesma regra. Às vezes dá a idéia que todos estão ganhando, se o lucro é grupal, também a perda é grupal em algum lugar. Seja ambiental, cultural, educacional...

O ser humano não vive de coisas prontas na natureza há milênios. Desde que desenvolveu a faculdade da razão em sua forma mais primitiva, o ser humano não tem de disputar com seus semelhantes e com os animais um lote fixo de riqueza que ocorre naturalmente. O homem, através da razão e da ação, produz aquilo que precisa para viver. Os materiais continuam sendo necessários, mas o único limite para o que se pode produz é a capacidade de acessar e transformar o que existe na natureza de forma sustentável. Ou seja, o limite é o conhecimento e o trabalho humanizado. E não a robotização humana. No Capitalismo, para uma pessoa ou grupo ganhar é preciso que outra pessoa ou grupo perca. Os que defendem o sistema de capital de mercado dizem que quando se compra qualquer coisa no mercado, tanto o comprador quanto o vendedor saem ganhando. Se o comprador não fosse sair ganhando, não faria a compra. Se o vendedor não saísse ganhando, não venderia. Mas não percebem que a essência do capital não é isso. A essência é criar a necessidade do consumo descomedido, para que o sistema de produção sempre aumente. Para todo ganhador existe um perdedor, essa é a essência do sistema. As relações humanas podem ser positivas onde ambos os envolvidos em uma transação saem melhor do que entraram. Isso não é filosofia de capital, mas de sociabilidade comum. A competição no mundo animal é física. O líder de um grupo se estabelece pela força física, uma espécie sobrevive à custa de outra conforme suas capacidades físicas. Não existe negociação na natureza. No Capitalismo, a competição física é proibida. A proteção dos direitos individuais é o banimento da força física das relações humanas. Só que promove guerras em vista do capital. Sob este sistema, é proibido violar fisicamente a pessoa e a propriedade alheias. Mas desapropriam milhares de famílias pelo mundo para que empresas estabeleçam suas fábricas, avenidas sejam construídas. Na realidade se não é permitido no Capitalismo tomar as coisas dos outros à força nem ameaçá-los fisicamente, isto significa que toda a interação humana se dá pela persuasão. É preciso convencer o próximo, não se pode forçá-lo a nada no Capitalismo. Essa regra é clara, mas só para os despreparados de plantão. Pois há uma selvageria tremenda na persuasão. Uma guerra de forças jamais vista. É tão lastimável que chega a descartar quem não produz e não consome.

O sistema capitalista prega que é a produção e não o consumo do que já existe que é a base da sobrevivência humana. Para o capitalismo a riqueza não é algo que existe pronta, nem que seu único limite é o esforço humano e que a distinção entre a força e a persuasão como meios de interação é fundamental. O capitalismo prega que o “bolo” não é seu para partilhar, porque cada um por natureza já fica com pedaço que criou. Portanto, defende o egoísmo, o egocentrismo e o liberalismo, afirmando ser liberdade.

É isso aí!

Acácio Nunes

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 24/10/2015
Código do texto: T5425773
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