INVEJA BRANCA?
A mania de colorir ou descolorir as coisas produz nuances do branco ao preto, quase sempre pendendo a adjetivação das cores escuras aos sentimentos de tristeza, de dor e do mal, assim calçam de preto os mortos, no luto, as entidades das horas mortas.
Coisas indefinidas, incompreendidas correm por conta da negritude, uma delas é a cifra correspondente aos fenômenos não registrados, então nessa linha os delitos não registrados são ditos - cifra negra, quando na realidade não passa de uma cifra desconhecida, só isto, não precisava colori-la de todas as cores que é justamente a cor preta pela capacidade de absorver todas as frequências das cores.
De qualquer lado que se ande no espectro das cores, elas só existem na presença da luz, fora dela não há nada.
Outra adjetivação em cores é a tal inveja dita branca, cor que não absorve nenhuma freqüência de cor caracterizando-se pela ausência de todas elas. Inveja boa seria o sentido dado quando a ela é colorida na cor branca, ora inveja é inveja.
Embora a inveja pareça um sentimento ruim, nem sempre o é. A inveja as vezes brota de humilhação sofrida, humilhação por não termos a capacidade de realizarmos as mesmas coisas do invejado. Da inveja o bom é escolher o caminho que nos empurra ao sucesso.
Nas últimas semanas experimentei sentimento que parecia inveja, com mais cuidado entendi que muito mais do que inveja era um sentimento de humilhação, pela onda de violência que experimentamos na região metropolitana. Humilhação sem cores, simplesmente humilhação, não pela minha incapacidade, mas pela capacidade da Polícia Civil gaúcha no combate de parte desta violência e outros não, então reconquistei um pouco de otimismo e partirei na busca da substituição do Mingo que está se aposentando, assim pelo menos aqui em casa e cercanias a bandidagem de pequeno porte continuará sob controle.