Crônica de Lloque Uiracocha Último Amauta do Imperio Inca
Aceitar com naturalidade os mistérios da existência é tarefa para gente de coragem. Convivemos diariamente com forças infinitamente mais poderosas que os mais poderosos exércitos, energias tão misteriosas quanto o calor do sol, as ondas do mar, os terremotos, os vulcões, as chuvas, as nevascas e, mistério maior, a reprodução dos seres vivos. Em dado momento, quando menos esperamos, descobrimos que o universo é muito mais complexo do que podemos imaginar, e somos assaltados pela angústia de viver em meio ao inexplicável.
Para muitos, estas forças são manifestações de deuses, espíritos, entidades superiores, ou seja, lá como os chamem este ou aquele sacerdote. Resolvem pelo misticismo a atonia de viver em meio a tudo isso. De fato é uma tentação crer que o universo é controlado por formas superiores de consciência e que, bem ou mal, eles se encarregam de dar sentido a todo o resto.
Para outros, porém, a vida é um apanhado de fenômenos que podem ser explicados pelo bom senso conforme o conhecimento. São seres humanos dedicados a encontrar motivos plausíveis para o grande mistério da vida.