Mulher de fachada.
É percebo que em menos de meia hora fumei de cinco a seis cigarros, que antes me serviam-me apenas para enfeitar meus dedos e desviar a atenção do meu rosto cansado, entre meio essa fumava ninguem percebe que essa felicidade não é minha, esse cabelo náo é meu, esses esses saltos doem meus pés e aperta minhas certezas.
Esse decote vazio, anseia para alguem enxergar o âmago desse peito de pedra.
Elogios mascarados de ofensas e vice versa, não me encham os olhos, esvaziam meu ego.
A fé tatuada no braço e única que vejo, a da alma estar escassa.
Essa beleza e só fachada e não me serve para nada.
Me olham com admiração, desejo e pena,
engulo meus silêncios e vômito amor, as pessoas se sentem ofendidas, meu amor é ofensivo - eu sei.
Habito em duas personalidades, em um
mesmo corpo, em um mesmo drama, na mesma alma.
A noite demorou passar, para me provar que eu não preciso me expor tanto assim, e que o amor não consegue me vê assim disfarçada, vestida de sonhos.
Diante o espelho exposto, sem maquiagem rosto marcado, retiro minhas vestes que me transformam, e me visto de realidade.
Em outra ocasião em meio a fumaça de uns cinco á seis cigarros, talvez o amor me reconheça.