Crenças e Confúcio
Nessas prévias carnavalescas, as ruas ficam decoradas para o período de Momo (que já não é mais três dias). Em 2013, numa roda de alguns religiosos estavam comentando sobre Jesus Cristo e todos foram unânimes em afirmar, exceto um teólogo que se encontrava presente, que Jesus Cristo seria a única salvação do mundo. Para admiração geral, o teólogo perguntou se já ouviram falar de Confúcio. Um deles respondeu que era o diabo, Satanás!
Ora, o nosso povo, a maioria, não tem o hábito de ler, e o teólogo explicou que antes de Cristo existia na China um filósofo Kung Futsé (Confúcio), que pregava a benevolência, o amor, a harmonia e a paz mundial. Era mais um sistema ético do que uma religião a favor dos fracos e oprimidos, fazendo com que o povo chinês denunciasse as injustiças sociais. O confucionismo influenciou profundamente a consciência e a educação dos chineses. Confúcio escreveu uma série de reformas responsabilizando mutuamente e moralmente a sinceridade dos governantes e governados... (Cristo nunca escreveu, nada, nada mesmo! Só fazia pregar! Segundo os pesquisadores o problema é que todos os evangelhos, canônicos ou não, foram escritos bem depois da morte de Jesus).
O confucionismo na década de 70, entretanto, foi combatido pelos líderes da Revolução Cultural, que achavam uma ideologia conservadora, contrária ao comunismo chinês. Todos ficaram atônitos com as palavras do teólogo e mais ainda quando de repente chega um grupo de evangélicos distribuindo panfletos impressos: “Vida Nova. Nosso Senhor Jesus Cristo o Salvador” , estampado o céu com uma nuvem branca. Não quero de maneira alguma insinuar aos nossos religiosos que os ensinamentos de Confúcio são a nossa salvação. Apenas quero registrar nesta Coluna Literária que existiu antes de Cristo esse homem desconhecido para a maioria dos brasileiros, como também existiram depois de Cristo os reformadores Lutero e Calvino, que se separaram da Igreja Católica no século 16. E aqui relembro muito bem que na época de minha infância (anos 50) os católicos chamavam os protestantes de Nova Seita e crentes. Hoje são reconhecidos como evangélicos.
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