Meganha e seus significados
Existe muita controvérsia em torno da palavra meganha. Nos livros de minha autoria Trem & Trens (teatro) e Miscelânea Recife (Crônicas), mencionei essa palavra como sendo menos-ganha, policial militar. Ainda acho plausível o acontecido no Alto José do Pinho (anos 50), quando um desordeiro disse aos policiais da Rádio Patrulha: “Me ganha, vem, me ganha, pra ver uma coisa!”
Hoje a palavra se encontra em desuso, ficando restrita apenas à literatura de alguns livros editados. Na Wikipédia consta:“Meganha é a designação popular para soldado de polícia, originária dos primeiros anos do século 20. O soldado de polícia era aquele paramilitar que integrava as milícias dos estados brasileiros, subordinados aos presidentes de estado e, posteriormente governadores, as quais recebiam várias denominações como, brigada policial, brigada militar, força pública, etc. A partir da ditadura militar instalada no Brasil em 1964, todas essas milícias estaduais foram padronizadas pela legislação, passaram ao comando de oficiais do Exército Brasileiro e receberam o nome de policiais militares (Polícia Militar do Estado, considerada força auxiliar, reserva do Exército, organizada com base na hierarquia e na disciplina, em conformidade com as disposições...)”
No regime militar havia muitas promoções por atos de bravura ou merecimento. Principalmente na Polícia Militar de Pernambuco, chamavam os promovidos sem curso de “Peba”, “Joly” ou “Mobral”.
Em 1967, aconteceu um espetáculo grotesco: um cabo “peba”, comandando uma guarnição da radiopatrulha, ao passar pela ponte do Pina avistou uma velhinha pescando, com um arame, “unha-de-véio” (crustáceo). O peba ordenou ao soldado motorista que parasse a viatura, desceu do carro e jogou-se para cima da velhinha, derrubando-a na lama. A velha quase morre de susto! Ambos, melados de lama, foram parar no Hospital da Polícia Militar. Na outra semana cantou no Boletim Geral da Corporação a promoção do peba a sargento por ter praticado “um ato heróico no salvamento da vítima de afogamento” (Rir ainda é o melhor remédio, dos livros: Miscelânea Recife, pp. 126-7 e Fiteiro Cultural, p.71- Gravado em CD fev/mar- 2003 - JCOnLine – 2008 -).