Se alguns fossem eternos

Estranho, era muito estranho, como se fosse um robô, com mil aptidões, desenvolvia mil planos, mas tinha de haver um controle, algo que o motivasse, que o endereçasse, assim ele soltava a trama, urdia o plano, montava o roteiro, e me fazia feliz.

-Conta vô, conta como seria se, da varanda, eu pudesse alcançar todas as minhas frutas preferidas? Ah!!! mas quero que estejam a alcance de minha mão, e sentado quero colher....sem esforços, só sentindo vontade.

Pronto...o estímulo havia sido dado, lá vinha ele dizendo de árvores frutíferas servis, todas ao redor da minha varanda, curvando-se com se estivessem reverenciando um rei, e o servindo, em sucos, polpas e nectar.

-Acho que eu quero a vovó de volta, não quero mais sentir saudades dela. Sim, a ordem havia sido dada, e lá vinha a vovó, fugindo dos Jardins do Éden, fantasiada de anjo-da-guarda, para que ninguém percebesse a fuga, como se estivesse a caminho de cuidar de alguém...só para matar minha saudade.

-Eu quero a Dany...eu quero um pônei...eu quero um dia de sol, para eu ir à piscina, eu queria muito, e ele me dava tudo, atendia a cada pedido,,,en fábulas que me contava, antes que eu dormisse, mas que se faziam tão reais, tão bem elaboradas, como se sempre houvessem existido, e com atendiam aos meus anseios.

Nunca saberei se eu fui um marionete, sob cordões, aos quais eu enviava minhas aspirações, ou se meu avô teria sido um comandado meu, manipulando sonhos, que eu queria sonhar

Eu ainda tenho sonhos, para ele realizar; só não tenho mais o avô que realiza meus sonhos

-Me conte histórias, velhinho, monte devaneios, pelos quais eu quero divagar, faça, para mim, um avô eterno, que me conte as fábulas, a quem pediria que fizesse o script, que eu quisesse vivenciar:

-Vô, eu quero um avô eterno.

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 15/10/2015
Reeditado em 16/10/2015
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