PROCURANDO BOLSA

Subi e desci a rua do comércio inteira,entrando de loja em loja,mas não achei a bolsa que eu queria. Como sou cabeça dura,decidi por mim mesma que aqui em Taquaritinga, eu acharia a bolsa que venho procurando ha meses : leve,media de tamanho,cor castanha,com boas divisões por dentro,sem botão nenhum ( portanto movida a zíper ) de tecido imitando couro,com alças nem curta nem longa…enfim…uma bolsa adequada ao meu tamanho físico ( sou mignon ) e fácil de achar as coisas dentro dela.
- Minha senhora,essa bolsa não existe,disse a vendedora. Bolsa de mulher não é feita para achar fácil as coisas dentro. Muito pelo contrário. Toda bolsa feminina é feita para ser bonita por fora e oculta por dentro.
- Sei…um buraco negro,voce quer dizer (complementei resignada) onde a gente enfia tudo dentro e vira um balaio de gatos.
Em outra loja,encontrei uma bolsa que atendia 70% das minhas exigências.Fiquei toda animadinha até a hora que a vendedora abriu a boca para falar o preço. Vixi…quase tive um treco.Saí da loja em disparada que nem vampiro quando vê água benta.
Desanimada voltei para o carro, ciente de que aqui em Taquaritinga não vou encontrar a “bolsa perfeita “. Melhor continuar com a bolsa velha mesmo. É uma bolsa pesada mas ainda dá pra usar bastante. Não é uma “ bolsa família “ mas dá pro gasto. Tá de bom tamanho,para o meu tamanho.
Fazer o que ? Bolsa velha é que faz comida boa.
Ops…foi maus,errei. Melhor uma bolsa velha na mão do que duas voando na vitrine? Nããããoooo…errei de novo. Minha bolsa,minha vida ?
Nããããooooo…! Céus…minha cabeça está ficando que nem bolsa de mulher.

....................................................PENHABOSELL*I / MAAT 2015
 
Maria da Penha Boselli
Enviado por Maria da Penha Boselli em 15/10/2015
Reeditado em 26/02/2016
Código do texto: T5415288
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