Montes Claros

Montes Claros é quase uma novela (para alguns, mexicana, devido aos ensaios mascarados, entre caras e bocas), mas a verdade, novela global, no mais ínterim, escrita por algum Manoel Carlos do, ainda, "coronelismo- pseudo-elite". Há núcleos, isso é evidente, onde todos se conhecem, onde todos se misturam e onde todos sabem da vida de todos. Sem muitas paisagens Leblon-Ipanema, mas com muita audiência circuito Av. Sanitária-Melo-São Luiz-Ibituruna; sem Lapas-Urca e mini-viagens Rio-Niterói, mas notícias mínimas que se propagam no "vácuo" dos ignorantes que vivem noitadas shopping-avenida-Lagoa da Pampulha. A ex-esposa de dr. fulano que namora o personal que já ficou com a filha da empregada que já foi casada com o pai da nora de ciclano que, hoje, é amigo do dr. Fulano. A ex ou atual amiga que tenta puxar o tapete no relacionamento ou trabalho; o cafajeste que se faz de bom moço pra sobreviver; a mocinha desencantada; o desrespeito com as tribos sociais; os pseudo-cargos hierárquicos despedindo funcionários(as) ou prejudicando alunos(as) por dor de cotovelo. Desamor, inveja demais! Amores verdadeiros desperdiçados e destruídos; afetos por conveniência subindo altares. Sim! Não é pra entender, apenas vive-se assim. Vivemos o folhetim:

- atendendo a trotes (afinal, números telefônicos não têm sigilo depois da virtualidade massificada);

- recebendo pelo garçom a notícia da traição alheia ou, até mesmo, da própria (sim, fazemos coisas que nem nós mesmos nos damos ao direito de conhecer, mas muitos alastram como verdade);

- ouvindo nos salões e afins mais alguns impropérios;

- sendo julgados por nossas escolhas afetivas, sexuais, profissionais e lá vai...

Vamos vivendo. Tentando ter paz e questionando na maioria das vezes: "São assim as cidades pequenas? É assim todo o mundo?"

O bom da novela Montes Claros é que, apesar dos problemas, encontramos os (verdadeiros) amigos com mais agilidade e presteza, pois a mesma pressa com que muitos disseminam o mal alheio e julgam os outros, a minoria é solidária em dizer: "isso acontece com todo mundo!" Mas eu realmente queria que num horizonte tão bonito, as palavras do Bem propagassem com mais velocidade que as destrutivas. E queria um marzinho para aliviar nosso estresse, mas isso não cabe aqui. É já querer demais. E como há alguns que falarão mal da reflexão acima, acenderemos uma fogueira em meio à Matriz e queimaremos as "bruxas", afinal o julgamento dos ignorantes é o que vale como verdade sob esse sol bonito de se ver!

- Biaa Figueiredo -

Anna Beatriz Figueiredo
Enviado por Anna Beatriz Figueiredo em 15/10/2015
Código do texto: T5415063
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