DIA DO PROFESSOR
Prof. Antônio de Oliveira
antonioliveira2011@live.com
No Dia do Professor ocorreu-me discretear sobre alguns étimos associados ao nosso dia a dia de aula na escola, de skholé, veja só, lugar ameno, de discussão livre. Aulé, do grego, designa palácio, pátio, dependência ou sala da residência de um príncipe; mais tarde, de um chefe ou líder religioso. Houve um tempo em que se dava aula nas sacristias. Principalmente aulas de catequese.
Professor vem do latim: aquele que professava em público as verdades religiosas, cujo ofício era exercido em templos, depois em palácios. Alguma coisa a ver com o que ainda se diz que o magistério é sacerdócio?...
Hoje, o título de doutor é superior ao de mestre. Houve um tempo em que o mestre era superior, hierarquicamente, ao doutor. Quando promovido a professor, o doctor, doutor, ficava habilitado ao exercício docente, de docere, verbo associado a ducere, conduzir, guiar, e de seduzir, verbo que não tinha a acepção de caráter licencioso que tem atualmente. Jesus foi chamado de Mestre, não de doutor, e ensinava por meio de parábolas, que seduziam pela didática, também do grego, tarefa de levar o discípulo (discente) a captar o ensinamento, isto é, discere, aprender. Ensinamento que era ministrado de uma cathedra, cadeira, em latim. Daí a palavra catedrático, que acabou desgastada com o tempo. Os primeiros professores eram formados em teologia e filosofia. Daí a designação: “Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras”.
Nesse universo etimológico estão inseridos conceitos clássicos que a gente estuda em Filosofia da Educação, da maior utilidade desde que aberta ao diálogo, sem exclusivismos ideológicos. Filosofia não é um conjunto de dogmas compendiados de um único autor. Por isso, dou mais importância à história da filosofia, estudada de maneira imparcial, que à própria filosofia compendiada de um único filósofo, seja ele Agostinho ou Marx.
Caro colega, nada tenho a ensinar-lhe, apenas me entretenho com minhas abstrações...