Jogo de peixes grandes
 
Depois do tempestuoso julgamento e reprovação das contas da presidente, um batalhão de choque resolveu desqualificar o parecer do órgão constitucionalmente responsável pela fiscalização das contas do governo.
Não bastando esse impropério, em se tratando de políticos investigados, o melindre e uma excessiva cautela se instalaram na Operação Lava-Jato. Salvo a investigação do presidente da câmara dos deputados, que se tornou uma explícita e descarada exceção.
Coincidentemente ou convenientemente, após o julgamento das contas do governo, a Procuradoria da República recebeu provas consistentes contra o presidente da câmara. Uma bomba que minuciosamente serviu para mitigar as artimanhas praticadas pela presidente, e as temerosas revelações do delator da Lava-Jato, Fernando Baiano.
Esse jogo de peixes grandes, essa aberração, permite ao governo infringir normas, sobretudo se a intenção, por exemplo, for garantir os programas sociais em ano eleitoral. Mas, não inclui preocupação com as consequências, com o sacrifício imposto aos brasileiros após o pleito.
Entretanto, cremos que adiar ou protelar o encontro com a realidade, não impedirá a responsabilização dos malfeitos contra o erário. Ainda confiamos na justiça. Querem e poderão tentar servir pizzas. Mas, contornarão a crise dolorosa que perpassa pelos lares brasileiros?
O leilão de cargos e ministérios poderá evitar o impeachment da presidente, mas garantirá o apoio para implantação de seu retrógrado projeto? Pouco provável, pois aos poucos, constatamos que a presidente vem se transformando num zumbi, seguindo as ordens dos aliados.
Sabemos que toda essa embromação política almeja, somente, livrar a responsabilização de usurpadores do Estado. Contudo, esperamos que percam, pelo voto ou pela justiça, os seus direitos políticos. Haja vista, que já perderam a faculdade de circular livremente pelas ruas.
Maria Amélia Thomaz
Enviado por Maria Amélia Thomaz em 14/10/2015
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