COMO FOI QUE ACABOU ?
Há certas coisas que acontecem na vida do ser humano, que o deixa estarrecido. Você vai vivendo a sua vidinha tranquila, pensando que tudo está bem, que tudo está certo, que você está fazendo tudo de acordo com os padrões estabelecidos pelas regras da boa convivência matrimonial, quando, de repente, a sua vida dá uma guinada de cento e oitenta graus e você passa a não entender mais nada.
O mais interessante é que você nem em sonhos desconfiava das tempestades que estavam atormentando o coração e a alma da outra pessoa, que a face tranquila e os gestos sempre gentis, jamais denunciaram.
Nunca houve brigas; discussões? Nem pensar! Não houve traição de nenhum dos dois lados, aliás, uma conduta impecavelmente ilibada sempre foi uma constante na vida dela.
De repente, um desabafo... Ela falou polida e educadamente como soi acontecer entre pessoas civilizadas; depois, uma pergunta da minha parte, feita como o prolongamento natural de um conversa:
- Queres que eu me vá? - A reposta foi a mais simples possível; um aceno positivo com a cabeça e a pronúncia de uma forma verbal de apenas uma letra: É : Letra que desabou sobre a minha alma com a violência de um tornado que me lançou a quilômetros de distância.
- E como todo tornado tem nome de mulher...
Pouca coisa levei: Meus objetos pessoais, meus livros, minhas musicas, roupas... Mas o que ocupou o espaço maior na minha bagagem, o que se tornou no fardo mais pesado que tive de carregar, sozinho, pois que ninguém poderia levá-lo por mim, foi o amor. Amor que durante vinte e quatro anos cultivei com toda atenção e carinho e que se multiplicou tanto que já quase não cabia no meu peito, pois não era compartilhado por ela e eu nada percebia: Ela era tão meiga, gentil e delicada...
Sabendo que há casais que vivem uma vida às turras, que discutem e brigam e muitas vezes se ofendem verbal e até fisicamente mas se amam de verdade e envelhecem juntos e quando um dos dois passa para a eternidade o outro logo logo se junta ao que partiu pois sente demasiadamente a sua falta; sabendo disso, fica uma pergunta que não quer calar e com certeza morrerá comigo:
Como foi que acabou ?
H. Siqueira, 2010.O mais interessante é que você nem em sonhos desconfiava das tempestades que estavam atormentando o coração e a alma da outra pessoa, que a face tranquila e os gestos sempre gentis, jamais denunciaram.
Nunca houve brigas; discussões? Nem pensar! Não houve traição de nenhum dos dois lados, aliás, uma conduta impecavelmente ilibada sempre foi uma constante na vida dela.
De repente, um desabafo... Ela falou polida e educadamente como soi acontecer entre pessoas civilizadas; depois, uma pergunta da minha parte, feita como o prolongamento natural de um conversa:
- Queres que eu me vá? - A reposta foi a mais simples possível; um aceno positivo com a cabeça e a pronúncia de uma forma verbal de apenas uma letra: É : Letra que desabou sobre a minha alma com a violência de um tornado que me lançou a quilômetros de distância.
- E como todo tornado tem nome de mulher...
Pouca coisa levei: Meus objetos pessoais, meus livros, minhas musicas, roupas... Mas o que ocupou o espaço maior na minha bagagem, o que se tornou no fardo mais pesado que tive de carregar, sozinho, pois que ninguém poderia levá-lo por mim, foi o amor. Amor que durante vinte e quatro anos cultivei com toda atenção e carinho e que se multiplicou tanto que já quase não cabia no meu peito, pois não era compartilhado por ela e eu nada percebia: Ela era tão meiga, gentil e delicada...
Sabendo que há casais que vivem uma vida às turras, que discutem e brigam e muitas vezes se ofendem verbal e até fisicamente mas se amam de verdade e envelhecem juntos e quando um dos dois passa para a eternidade o outro logo logo se junta ao que partiu pois sente demasiadamente a sua falta; sabendo disso, fica uma pergunta que não quer calar e com certeza morrerá comigo:
Como foi que acabou ?