Intitule-me
Sou feita de vidro temperado. Quebra como qualquer outro, mas não espalha seus cacos por aí, que é pra não ferir outras pessoas. Gosto do simples, do calmo, do intenso. Mas fui feita confusão.
Confusa. Dramática. Exagerada. Um pouco de cada, uma face por vez. O eterno é feito de momentos e os momentos fazem o eterno. Depende do ângulo, sou verão e sou inverno.
Sou feita assim, de âncoras que vezes me prendem ao fundo e vezes mostram-me o mar. Do som gritante do silêncio. Prazer e dor. Ódio ou amor. Ou sou tudo, ou sou nada.
Fui feita poesia... E é quando leio meus poemas, quase que como preces, que me sinto assim, meio antônimo e antagonia. Clara e bagunçada como as ruas de Las Vegas. A cidade que nunca descansa, a garota que nunca descansa...