Disfarces

Disfarces

Tudo são sempre sorrisos, flores e festas; alegria demasiada para olhos cegos em vida. Fácil caminhar entre ovelhas e fazer parte do rebanho, mas, difícil mesmo é se retirar do curral, as mandíbulas parecem ter sido extraídas à revelia; mecanismo de controle.

Entender a proposta é deveras simples; compreender-me é uma equação sem resultado.

A fórmula da resposta é dada, a todo o momento, e o tolo a recebe sem contestar.

Há vários néscios que têm medo de atravessar as esquinas e ficam no conforto da vida para não perder o lugar na zona do mundo.

Preciso urgentemente sentir o sabor do veneno e esquecer o mel que adocicou a existência!

Sorrio para todos com a protrusão que me é de direito, contudo, por dentro, choro a cântaros ao ver o borrão de um quadro pintado por mãos que não conhecem a estética, quiçá, a poesia.

Terrível perceber a ignorância que não se percebe!

Arregalai-vos os olhos, ainda é tempo de perceber o abismo que está a sua frente.

Mário Paternostro