Ingratidão
Hoje ao ler o jornal, me deparei com uma crônica que me emocionou deveras, profundamente. Um senhor declara que após a morte da esposa, uma semana depois recebeu a visita dos dois filhos que são; engenheiro e médico. Diz ele, era uma tarde fria e foi surpreendido com a chamada para uma reunião, onde o assunto era o futuro dele. Iniciaram dizendo que ele não podia ficar naquela casa, que por sinal era bem simples, simples comparando aos apartamentos dos dois que se localizam à beira mar e muito amplos por sinal. No entanto estavam com todos os cômodos ocupados, além do que os casais trabalham o dia inteiro e ainda tinha os netos que eram impossíveis. O senhor argumentou que estava bem e que não se importaria de continuar ali, mas eles argumentaram que pra isso precisaria de três cuidadoras para os três turnos, e isso custaria caro nos dias de hoje. Sugeriram então que o melhor caminho seria um lar geriátrico e que para isso precisaria vender a casa para custear as despesas de hospedagem, pois nem preocupava eles e nem o pai. Rendeu-se aos apelos e foi reunir os pertences de uma vida toda que agora se resumia em duas malas.
Ao final ele diz que nos braços da solidão, reconhece que conseguiu ensinar valores morais aos filhos, mas não conseguiu transmitir aos dois uma virtude chamada gratidão. Pensou ainda em dizer que deixou de fazer viagens, ir a bons restaurante, trocar de carro em nome de preparar o futuro deles, mas preferiu ficar calado e seguir para o novo endereço.
Ai eu pergunto, será que vale a pena ter filhos ou se desdobrar em nome do futuro deles? Sinceramente, respondo, nem sei.