Á r a b e s

Nunca viajei ao exterior, nem nunca vou viajar. Sinceramente, mesmo que pudesse não viajaria. Taí uma coisa que não me fascina: viajar. Viajei a Fortaleza duas vezes, ida e volta dá quatro, três eu viajei quase bêbado e uma passei a viagem quase toda num apertado cagador. Motivo: medo. Se fosse de navio seria pior, o melelê seria maior. E, cá pra nós, não gosto de viajar.

Mas se não viajo, leio muito sobre o mundo. Adoro ler sobre a vida e os costumes de outros povos. E sou fascinado pelos árabes. Acho que isso se deve a desde menino gostar de ler "Os Contos das Mil e Uma Noites".

Além de ler, converso muito com amigos que viajam constantemente para o exterior, inclusive para os países árabes, uma amiga de Arcoverde chegou até a voar de balão naquela cidade árabe que aparecia numa novela. Alguns desses amigos me chamam de matuto do beição, sou mesmo matuto e tenho o beição.

Pois bem, um desses amigos me contou allgo que achei arretado. Ele me disse que foi a um bazar árabe e viu um lençom, cachecol, não bem como se chama esse troço que as mulheres botam no pescoço, parece que de seda, quis logo comprar para dar de presente a sua irmã. Por intermédio de um intérprete mandou que enrolassem. Aí teve uma surpresa, para fazer o preço o negociante avisou que tinha que haver a "negociação", aquela pechincha, discussão, fazia parte da cultura local, ele teve, via inérprete, que fazer a negociação para comprar o lenço. Acho lindo essa faceta dos costumes. O mercao, o capital, o capitalismo não consrguiu acabar com a cultura local.

Sobre os árabes vi grandes filmes. O melhor, por incrível que pareça, não foi Laurence da Arabia, um grande filme, mas "Amizade Sem Frinteiras", um filme com Omar Sharif, que se passa a maior parte em Paris, numa Paris sem brilho, um bairro distante, a história de um árabe dono de uma mercearia que se afeiçoa e adota um rapazinho também árabe. Um filme arretado. Ele ensina muita coisa sobre os árabes, inclusive sobre seu caráter. Foi um dos melhores filmes que assisti nos últimos anos, presente de um desses amigos.

No mais, sou um matuto que na outra encarnação deve ter sido árabe. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 10/10/2015
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