“UM REMÉDIO, CUJO NOME É ALEGRIA”.

                             (Crônica).

 

 

É tempo de festa, a cidade se agita... Todos cantam todos sorriem; menos aquele cidadão, que deitado numa cama de um hospital não tem vontade de sorrir, não pode estar com seus familiares na sua casa, não sabe quando voltará para a sua casa, se sairá daquele quarto... Ou se um dia levantará daquela cama com vida.

De repente naquele quarto entra alguém; com um nariz vermelho em forma de bola, um sapato vermelho com o bico arredondado, com uma peruca lilás e dando risadas pra valer... O individuo que entra faz gestos com as mãos, com a boca; impossibilitando alguém de ver tudo aquilo, sem ao menos dar uma risada.

O paciente observa tudo aquilo quieto, até se render e deixar sair da sua boca uma boa risada.

Tudo ali naquele quarto fica diferente, aquele aspecto sombrio que pairava ali não existe mais, as risadas surtem efeito, e o desajeitado palhaço começa cada vez mais tirar risadas daquele paciente sisudo, que agonizava naquela cama antes de ele chegar.

Lá se vão dez, quinze ou vinte minutos sem gemidos, sem tristeza e sem baixo astral.

No corpo daquele paciente não existe mais dor, não há pensamentos obscuros... Não há mais lamentações.

Mas os minutos são muito rápidos para passar, de repente entra naquele quarto um homem ou uma mulher vestido de roupa branca, anunciando que era findos aqueles minutos de distrações, e que é chegada a hora do paciente tomar os seus remédios.

O paciente ainda esboça um sorriso ao ver o outro colocar graciosamente a mão no rosto, fazendo gesto de chorar.

No seu rosto uma grande gota de lágrima artificial feita com tinta... Mas por de baixo daquela máscara engraçada; pode está rolando lágrimas de verdade, afinal, por baixo daquela maquiagem; existe um ser humano de carne e osso, que também sente emoções; que tem alma... E tem um coração.