A LEI DO RETORNO
Ysolda Cabral
Atendo o telefone. A recepcionista avisa que, um profissional, pede falar com a Assessoria Jurídica sobre um acordo, de pagamento não cumprido, de um auto de infração, que a sua empresa sofreu, no ano de não sei quando. Autorizo seu acesso até a nossa sala, no segundo pavimento do Crea-PE, e aguardo.
Ele chega muito senhor da situação, afirmando ter quitado todas as parcelas, porém com apenas o comprovante da primeira paga. Como o assunto não é tratado por mim, o encaminho a colega Tê Lima. Ele ao se dirigir a ela, todo prosa, vai logo culpando o sistema pelo seu inadimplemento. A minha colega, não se dando por achada, diz que o problema não é o sistema e sim ele que não honra a palavra empenhada. Ele, se desarma e sorrir de maneira muito esquisita. Tão esquisita que faço questão de anotar: lábio superior que se comprime rápido, para dentro da boca, enquanto o lábio inferior, fica do lado de fora mesmo. Porém, se alarga, bem largão, ou largado, indo até quase as orelhas...
Lembrei do Coringa do filme Batman e fiquei atenta. Precisava descobrir que sorriso era aquele. - Pintou sorriso na parada, é comigo mesmo.
Conversa vai, conversa vem, entendimento vai e desentendimento vem... Eis que, o sistema resolve dar um ''piti'' e a Tê Lima, sem conseguir emitir o boleto, lhe solicita o e-mail para o envio do respectivo, tão logo o sistema normalize. Ele sorrindo satisfação diz que seu e-mail é: vejobem@ e etc. e tal. Foi quando vislumbrei o céu de sua boca, no vão entre as duas presas, únicos dentes ali existentes. Aí pensei que ele até podia ver bem, mas não podia comer bem... Como comer, com apenas dois dentes, e assim mesmo desencontrados? Juro que me apiedei dele. Em vão!
Como já estava na minha hora, fui almoçar. Na primeira garfada, metade de um dos meus dentes, da frente, resolveu ser parte dos dentes do garfo.
Instintivamente, o meu lábio superior, correu para dentro da boca e eu, lembrando do Coringa, corri para o consultório da minha dentista, Dra. Ana Maria Lima, chorando a pedir socorro. - Santa doutora!
O retorno veio rápido, dona Ysolda!
- Que coisa!
Ele chega muito senhor da situação, afirmando ter quitado todas as parcelas, porém com apenas o comprovante da primeira paga. Como o assunto não é tratado por mim, o encaminho a colega Tê Lima. Ele ao se dirigir a ela, todo prosa, vai logo culpando o sistema pelo seu inadimplemento. A minha colega, não se dando por achada, diz que o problema não é o sistema e sim ele que não honra a palavra empenhada. Ele, se desarma e sorrir de maneira muito esquisita. Tão esquisita que faço questão de anotar: lábio superior que se comprime rápido, para dentro da boca, enquanto o lábio inferior, fica do lado de fora mesmo. Porém, se alarga, bem largão, ou largado, indo até quase as orelhas...
Lembrei do Coringa do filme Batman e fiquei atenta. Precisava descobrir que sorriso era aquele. - Pintou sorriso na parada, é comigo mesmo.
Conversa vai, conversa vem, entendimento vai e desentendimento vem... Eis que, o sistema resolve dar um ''piti'' e a Tê Lima, sem conseguir emitir o boleto, lhe solicita o e-mail para o envio do respectivo, tão logo o sistema normalize. Ele sorrindo satisfação diz que seu e-mail é: vejobem@ e etc. e tal. Foi quando vislumbrei o céu de sua boca, no vão entre as duas presas, únicos dentes ali existentes. Aí pensei que ele até podia ver bem, mas não podia comer bem... Como comer, com apenas dois dentes, e assim mesmo desencontrados? Juro que me apiedei dele. Em vão!
Como já estava na minha hora, fui almoçar. Na primeira garfada, metade de um dos meus dentes, da frente, resolveu ser parte dos dentes do garfo.
Instintivamente, o meu lábio superior, correu para dentro da boca e eu, lembrando do Coringa, corri para o consultório da minha dentista, Dra. Ana Maria Lima, chorando a pedir socorro. - Santa doutora!
O retorno veio rápido, dona Ysolda!
- Que coisa!
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Praia de Candeias-PE
De boca escancarada
remendando um dente
Em 08.10.2015
Ysolda
De boca escancarada
remendando um dente
Em 08.10.2015
Ysolda